A refinaria foi comprada em duas etapas. Já era considerada obsoleta quando o conselho presidido por Dilma avalizou a compra, há oito anos. Mais tarde, após uma disputa judicial, a Petrobras se viu "obrigada" a comprar a outra metade da refinaria, o que custou ao final US$ 1,2 bilhão. Em nota, Dilma justificou que baseou sua decisão em um resumo que ela classifica de "falho" e "omisso". Na ocasião, a presidente era ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
"As explicações são pouco convincentes e é preciso que essa questão seja investigada a fundo", disse o tucano, que classificou o caso de "extremamente grave". Ele afirmou que vai fazer na tarde desta quarta um pronunciamento da tribuna do Senado com medidas a serem tomadas pela oposição. Para Aécio, a revelação mostra a "irresponsabilidade" das decisões da Petrobras, que, segundo ele, perdeu mais da metade do seu valor patrimonial nos últimos anos.
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), afirmou na tarde desta quarta que a revelação do voto de Dilma é mais um elemento que desconstrói a imagem de "grande gerente" da presidente. Ele lembrou que o partido já apresentou representações para que o Ministério Público investigasse a operação.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), saiu em defesa de Dilma ao dizer que não há, até o momento, uma "conclusão" de que a venda da refinaria tenha sido lesiva para a estatal. "Não há uma conclusão de que tenha sido um ato lesivo à Petrobras", afirmou. "Não há nenhum tipo de comprovação de que tenha algum tipo de irregularidade".
O petista disse não haver qualquer possibilidade de a presidente ter conhecimento de uma suposta irregularidade na operação. "Não há hipótese de ela ter coonestado com qualquer coisa de irregularidade, se houver irregularidade", frisou. Ele disse que a base não vai se opor a uma eventual vinda de dirigentes da estatal para explicar a operação. "Se for preciso vir alguém, quem quer que seja, não será problema algum", disse, ao lembrar que no ano passado o ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli foi ao Senado explicar a operação.
Para o líder do PT, a oposição, sem "outra bandeira" para fazer o debate com o governo, elegeu o sistema elétrico e as questões relativas à Petrobras para fustigar o Executivo. A senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) concordou com o colega de bancada. "Lamento que a oposição queira se utilizar desses expedientes para desgastar a presidenta. Na realidade está fazendo entregas importantes ao povo brasileiro e ela vai ser avaliada a respeito disso, como boa gestora", afirmou.
Com Agência Estado .