No Congresso, entretanto, a liderança do PSDB já participa da articulação que cobra abertura de comissão. "Acho que o momento eleitoral não é o mais propício. Não sou favorável a partidarizar. Mas se o governo não apurar direitinho, abre espaço ", declarou o ex-presidente, após ministrar palestra para novos alunos da universidade Estácio.
Durante o evento, o ex-presidente disse que a Petrobras "deu marcha à ré" durante o governo de seu sucessor, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, quando, segundo ele, houve uma retomada da influência dos partidos na empresa. "Nós transformamos a Petrobras em uma corporation, uma empresa, não uma repartição pública. Para isso, tem que tirar a influência dos partidos. O governo anterior ao atual, deu marcha à ré e o resultado está aí, com escândalo nos jornais", afirmou ao responder à pergunta de um estudante.
Em entrevista à reportagem após a palestra, Fernando Henrique cobrou do governo investigação sobre a compra da refinaria em Pasadena.
Fernando Henrique fez questão de lembrar que a compra da refinaria aconteceu na gestão anterior à da presidente atual da Petrobras, Graça Foster. "Com essa presidência, a Petrobras voltou um pouco ao que é necessário, a ter uma visão mais profissional", disse.
O negócio de Pasadena, formalizado em 2006, é investigado pela Polícia Federal, Ministério Público e Tribunal de Contas da União (TCU). Ambos suspeitam que tenha havido superfaturamento e evasão de divisas. A compra custou R$ 1,18 bilhão à estatal e, anos antes, foi adquirida por uma empresa belga por US$ 42,5 milhões.
A presidente Dilma Rousseff justificou em nota oficial que "documentos falhos" a induziram ao erro ao dar aval à aquisição da unidade. Na época, Dilma presidia o Conselho de Administração da Petrobras. Dirigentes da Petrobras rebateram a afirmação e sustentam que Dilma tinha acesso a todos os documentos produzidos sobre a compra..