Jornal Estado de Minas

Antônio Andrade reassume PMDB de Minas e critica ataques a Dilma

Na semana passada, Antônio Andrade deixou o comando do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para disputar as eleições de outubro

Ao reassumir o comando do PMDB de Minas, o ex-ministro da Agricultura, Antônio Andrade, aproveitou para se posicionar favorável à presidente Dilma e o governo federal.
Ele criticou correligionários que estariam tendo comportamento duplo de situação e oposição. Sem citar nomes, Andrade, que também é deputado federal, fez duros ataques ao líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que tem liderado a bancada nas votações contrárias aos interesses do Executivo federal. Segundo o mineiro, o colega "mama e chora" ao fazer oposição ao governo.

"Tem que separar aqueles que não foram contemplados. Esse negócio de mamar e chorar é que não pode acontecer. Uma das lideranças que comanda toda a oposição ao governo federal recebeu só numa estatal R$ 30 milhões de emendas. Tem cargos.
Lá comigo mesmo tem cargo, quando eu era ministro. E está lá liderando uma oposição ao governo federal. Não pode acontecer isso", declarou Andrade, em clara referência ao colega fluminense.

"Se é oposição, é oposição. Ser situação e oposição, não pode ao mesmo tempo. Ter verbo e verba ao mesmo tempo não pode. Mamar e chorar também não faz meu feitio", acrescentou o ex-ministro nesta quinta-feira, 20, ao participar de evento para reassumir a presidência do PMDB mineiro, da qual havia se licenciado ao receber o convite para ser ministro. A reportagem procurou Eduardo Cunha para falar sobre os ataques, mas sua assessoria informou que ele estava em uma reunião e não retornou até a noite desta quinta-feira.

Na semana passada, Antônio Andrade deixou o comando do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para disputar as eleições de outubro. Ele é cotado para ser candidato a vice-governador de Minas em chapa encabeçada pelo petista Fernando Pimentel, colega do peemedebista na Esplanada dos Ministérios, apesar de o PMDB ainda não ter definido se vai se aliar ao PT ou lançar candidato próprio na disputa pelo Executivo estadual.

Sem Antônio Andrade, a cúpula do PMDB de Minas vinha caminhando na direção da candidatura própria ao governo do estado. Na última segunda-feira, a executiva estadual do partido se reuniu e reafirmou a intenção de lançar o senador Clésio Andrade para disputar o Palácio da Liberdade. Segundo nota enviada pelo partido, o nome de Clésio será levado às convenções para definição da posição da legenda. Na mesma reunião ainda ficou definido que o ex-senador Hélio Costa também deve lançar sua candidatura ao Senado, juntamente, com o filho do ex-vice-presidente José Alencar, o empresário Josué Alencar.


Ainda conforme o partido, o lançamento dos nomes de Clésio Andrade, Hélio Costa e Josué Alencar, como pré-candidatos, “demonstra a força do PMDB com a indicação de nomes de peso”. Na última sexta-feira, Josué já havia aceitado o convite para ser o candidato do partido ao Senado em outubro.

Na semana passada ,Saraiva Felipe - até então presidente da legenda -, afirmou que o partido trabalhava com três possibilidades em Minas: candidatura própria encabeçada pelo senador Clésio Andrade, chapa com o PT ou caminhar junto com o governo do estado. Na oportunidade, Saraiva também afirmou que a aliança com os petistas não estava descartada, porém, não havia sido procurado por nenhuma liderança para tratar de eleições.

Com Agência Estado.