Jornal Estado de Minas

Especulação eleitoral puxa alta na Bolsa de Valores de São Paulo

Boato sobre queda de Dilma em pesquisa anima investidores e eleva ações de estatais. Em meio ao furacão em torno de negócio da Petrobras, presidente enfrenta ainda vaias no Pará

Presidente Dilma Rousseff foi vaiada durante evento em Belém - Foto: Tarso Sarraf/Folha Press

Brasília – Boatos de que a presidente Dilma Rousseff teria caído na preferência dos eleitores – o que acabou não sendo confirmado em pesquisa divulgada no início da noite, depois do fechamento do pregão – provocaram uma valorização expressiva das ações das empresas estatais e fizeram a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) fechar em alta, ontem, pela quarta sessão consecutiva. No fim do dia, o Ibovespa, indicador dos papéis mais negociados, registrou avanço de 1,53%, para 47.278 pontos, com forte giro financeiro, de R$ 7,42 bilhões. Os rumores também afetaram os negócios no mercado de câmbio

Uma eventual derrota de Dilma nas eleições presidenciais de outubro é bem vista pelo mercado, devido ao perfil intervencionista da atual presidente em diversos setores, como os de petróleo, energia elétrica e o bancário, todos com forte presença de companhias controladas pelo governo. “As estatais foram as empresas mais prejudicadas pelo governo nos últimos anos”, afirmou o analista Fábio Gonçalves, da Banrisul Corretora.

Pesquisa

Realizada com 2.002 eleitores em todo o país, a pesquisa do Ibope, no entanto, continuou apontando que, se a eleição fosse hoje, Dilma seria reeleita em primeiro turno, com 43% dos votos válidos, mesmo índice registrado em levantamento feito em novembro. O senador Aécio Neves (PSDB) oscilou um ponto percentual entre as duas pesquisas, passando de 14% para 15%. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), manteve seus 7%. Apesar da preferência por Dilma, 64% dos entrevistados afirmaram esperar que o próximo presidente “mude totalmente” ou “muita coisa” na próxima gestão.

Manifestantes

Dilma visitou nessa quinta-feira  Belém, onde passou por constrangimento durante cerimônia de anúncio de investimentos do PAC Mobilidade.

Ela foi vaiada por um grupo de manifestantes, como ocorreu há uma semana, no Tocantins, onde a petista também foi hostilizada. A viagem é o sexto dos oito deslocamentos presidenciais feitos desde a sexta-feira passada. Nos últimos dias, a presidente rodou quase 15 mil quilômetros e planeja continuar com o pé na estrada.

Nos eventos, Dilma tem apostado no tom popular, com foco na proximidade com as pessoas em solenidades que incluem a entrega de maquinários e de casas do programa Minha Casa, Minha Vida. Ontem, em Belém, após ter sido vaiada, ela abriu o discurso com a defesa do direito dos cidadãos de se manifestarem. “Agradeço as manifestações, pois acho que somos um país democrático. Todo mundo tem absoluto direito de expressar a própria opinião, mas cada um de nós, tem também o dever de respeitar a opinião dos outros, mesmo não concordando com ela”, disse.

Mais tarde, em Marabá (PA), foi a vez de o governador do estado, Simão Jatene (PSDB) ser vaiado. Mais uma vez, no discurso, a presidente falou sobre o direito de cada um se expressar. Após evento para entrega de máquinas, Dilma fez a terceira viagem do dia, com destino a Imperatriz.

 

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