Jornal Estado de Minas

Cresce pressão de parlamentares por CPI sobre a Petrobras

Senador Aécio Neves articula debate sobre investigação da compra de refinaria nos EUA e busca apoio do blocão. Outro grupo de parlamentares pede abertura de processo na PGR

Paulo de Tarso Lyra Amanda Almeida
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves (D), considera que o episódio envolvendo a Petrobras arranhou a imagem de gerente de Dilma Rousseff - Foto: Moreira Mariz/Agência Senado

Brasília –
Um grupo de senadores vai protocolar, na terça-feira, na Procuradoria Geral da República, um pedido de investigação da operação de compra da refinaria de Pasadena, no Texas que, em um última instância, poderá acarretar em um processo por dolo ou crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff. “Está claro, no mínimo, que houve negligência”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Randolfe é co-autor do pedido ao lado dos senadores Pedro Taques (PDT-MT), Pedro Simon (PMDB-RS), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ana Amélia (PP-RS). Em outra ponta, cresce a pressão pela instalação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre o tema não está descartada.

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), afirmou que, na próxima semana, o partido vai se reunir com outros representantes da oposição para analisar a criação de CPI sobre o caso. Aécio afirmou que pedirá ajuda aos deputados do blocão – que ajudou na criação da comissão externa para investigar a estatal. O tucano disse que, até o momento, não há indícios de dolo da presidente Dilma, mas afirmou que o episódio arranha a imagem de gerente dela.

Os senadores também vão apresentar, na próxima semana, requerimentos de convocação do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão e de convite à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster para audiências na Casa.
Em maio do ano passado, Foster compareceu à Comissão de Minas e Energia da Câmara. Questionada pelo líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), sobre supostas divergências durante o processo de compra da refinaria no Texas, a presidente da Petrobras assegurou que as decisões só são tomadas após intensos debates. “A discussão do Conselho é intensa. Há um debate muito forte. A preparação para uma reunião do Conselho de Administração é algo que toma semanas de discussão”, o que, em tese, desmente o argumento da presidente Dilma que teria sido induzida ao erro por falhas de informações sobre a refinaria.

O relator das investigações sobre a compra da refinaria no Tribunal de Contas da União (TCU), ministro José Jorge, diz que, caso sejam comprovadas irregularidades, a presidente Dilma pode ser uma das punidas. “O TCU pode condenar as pessoas responsáveis a devolver o prejuízo, multar e ficar inabilitado para exercer a função pública”, afirmou. A área técnica do TCU ainda investiga o caso. Ele diz  que Dilma dispunha de mais informações além do relatório “falho” ao analisar a compra..