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Estado de Minas

Projeto de duplicação da BR-381 deixa de fora das intervenções 90 quilômetros de rodovia

Dnit admite em seu site que, no atual projeto de reforma, 90 dos 305 quilômetros que separam a capital mineira de Governador Valadares permanecerão em pista simples


postado em 22/03/2014 06:00 / atualizado em 22/03/2014 07:12

Perto de Belo Oriente, o movimento do trecho que inicialmente não será duplicado(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS - 27/11/13)
Perto de Belo Oriente, o movimento do trecho que inicialmente não será duplicado (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS - 27/11/13)

O atual projeto de duplicação da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares vai contemplar apenas 215 dos 305 quilômetros do trecho. Os 90 quilômetros restantes receberão melhorias, como construção de terceiras faixas. A informação está na página principal do site do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). De acordo com o texto – que detalha todo o projeto das obras na chamada Rodovia da Morte –, as melhorias e terceiras faixas (sem duplicação) serão feitas no primeiro e no segundo dos 11 lotes do trecho. No primeiro lote, ficarão em pista simples 60 quilômetros (entre Valadares e o acesso a Belo Oriente) e no Lote 2 (entre o acesso a Belo Oriente e a MG-320, acesso a Jaguaraçu), 30 quilômetros. A duplicação nesses lotes, explica o Dnit, ocorrerá somente “nas extensões dentro dos municípios de Naque e Periquito, além de todas as intercessões e retornos operacionais”.

Ainda de acordo com informações do site, o Dnit, atendendo a recomendação da presidente Dilma Rousseff, está começando a elaboração de um anteprojeto de engenharia “com mais benefícios para a extensão compreendida pelos lotes 1 e 2”, que significa garantir a duplicação de “aproximadamente 90 quilômetros”. O Estado de Minas procurou o Dnit para detalhar pontos do projeto e a assessoria de imprensa confirmou por e-mail as informações de que não haverá duplicação total da rodovia até Valadares nesta fase do projeto: “Neste momento, o Dnit trabalha na finalização do anteprojeto para licitação, por RDC Integrado (projeto executivo e obra), que abrange duplicação de todo o trecho não contemplado na fase atual.”

Segundo o Dnit, o objetivo é licitar a obra de duplicação dos 90 quilômetros “ainda este ano”. Mas tratando-se de BR-381, os prazos prometidos quase nunca foram cumpridos à risca. Desde o início, o atual processo de licitação para a duplicação da rodovia foi conturbado. A concorrência, em seu formato, o RDC, sofreu o primeiro atraso em 21 de janeiro de 2013, quando o edital para seis dos 11 trechos da concorrência foi suspenso pelo Dnit. Em 22 de fevereiro, o restante da licitação também foi cancelado. A justificativa para o encerramento da disputa foi de que o edital precisava de ajustes e por causa de reclamações de empreiteiras interessadas na obra. No segundo semestre, as concorrências dos 11 lotes finalmente saíram do papel, mas quatro deles serão novamente licitados porque ficaram com preços acima do programado pelo governo. Até agora, nenhuma máquina foi colocada na pista para dar início às obras.

Acidentes Até outubro do ano passado, 34 pessoas morreram e 390 ficaram feridas em acidentes apenas no trecho entre Valadares e Belo Oriente. O percurso tem, ao todo, 42 curvas, das quais 19 acentuadas. O trânsito é intenso, com muitos caminhões e carretas. Existem também vários trechos com placas alertando para problemas de baixa visibilidade por causa de nevoeiros, além acostamentos estreitos.


DILMA

Na sua penúltima visita a Minas, em 17 de fevereiro, a presidente Dilma prometeu em Governador Valadares duplicar todos os 305 quilômetros da rodovia, desde Belo Horizonte. Ela fez a promessa depois que a imprensa noticiou que um trecho da estrada na Região Leste ficaria em pista simples. “Meu presente aqui hoje é este: a duplicação até Valadares foi aprovada e vai acontecer", disse Dilma. No dia da visita, a presidente não detalhou como seria feita a obra, mas a assessoria do Planalto informou ao Estado de Minas que seria por aditivo ao contrato com a empresa vencedora do Lote 1, no valor de R$ 50 milhões. Já o Dnit dizia na época que faria estudo para saber se seria por aditivo ou por nova licitação.


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