A presidente Dilma Rousseff disse que só soube dessa cláusula em março de 2008. Em resposta encaminhada ao Estado na última semana, a presidente afirmou que o resumo executivo elaborado pelo então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Ceveró, omitia qualquer referência a duas cláusulas - uma delas, justamente, a Put Option.
Dilma presidiu o Conselho de Administração da Petrobras enquanto foi ministra-chefe da Casa Civil, entre outubro de 2005 e março de 2010, e votou pela compra de 50% da refinaria de Pasadena em reunião do conselho da estatal realizada em 2006 com base no resumo.
A presidente afirmou na nota que, se tivesse conhecimento dessas condições, “seguramente” o conselho não teria aprovado o negócio. Dilma relatou, ainda, que somente em março de 2008 a diretoria executiva da Petrobras informou ao conselho que existiam as tais cláusulas inicialmente omitidas.
Cláusula
O balanço da controladora da Astra foi publicado no início de 2007, depois da reunião do conselho de administração que aprovou o negócio da refinaria. O documento é redigido em inglês, aberto para qualquer pessoa e configura informação de divulgação obrigatória a investidores.
No balanço daquele ano, a cláusula “Put Option” está na página 67: “se investimentos na expansão da refinaria forem considerados adequados pela Petrobras, e a Astra não esteja disposta a participar, a Petrobras terá o poder de forçar a decisão de investimento e assim estará em posição de exercer a cláusula “Put Option” na parcela remanescente na PRSI em condições que, no pior cenário, não serão significativamente diferentes daqueles da transação inicial (em tradução livre)”. PRSI é a sigla que denomina a parceria entre a Petrobras e a Astra na refinaria de Pasadena. .