Presidentes e líderes de partidos de oposição reúnem-se amanhã à tarde no gabinete da liderança do PSDB no Senado para decidir qual estratégia adotar diante das denúncias. A proposta de criar uma CPI ganhou novo impulso ontem, depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, convencido pelo pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), mudou de posição e passou a defender a investigação parlamentar. "Desde já sugiro que tentemos duas vias: a da CPI mista ou a da CPI no Senado. Devemos redigir dois requerimentos e recolher duas assinaturas", propôs Alvaro Dias, em discurso da tribuna do Senado.
Para instalar uma CPI mista é preciso recolher assinaturas de, pelo menos, 171 deputados e 27 senadores. O vice-líder do PSDB é favorável a uma CPI mista, uma vez que ela seria instalada logo. A CPI exclusiva no Senado, por sua vez, precisaria apenas do apoio de no mínimo 27 senadores.
Deputados também estudam apresentar um pedido de CPI apenas na Câmara, mas essa terceira via é a mais difícil. Atualmente existem 12 pedidos de instalação de CPI por deputados, mas para a CPI da Petrobras vingar, além de recolher as assinaturas dos deputados é preciso aprovar um requerimento para ela furar a fila.
Para Alvaro Dias, a saída na sexta-feira de Nestor Cerveró da diretoria da BR Distribuidora é a demissão de um "bagre para alimentar os tubarões". Foi ele o autor do resumo que a presidente Dilma Rousseff disse ter se embasado, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, para aprovar a compra da refinaria de Pasadena.
Dilma disse que o resumo era juridicamente falho e, se soubesse de todas as cláusulas do contrato, não teria aprovado a negociação. Em 2012, a estatal concluiu a compra da refinaria e pagou ao todo US$ 1,18 bilhão por Pasadena, que, sete anos antes, havia sido negociada por US$ 42,5 milhões..