Rio, 24 - O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, afirmou nesta segunda-feira que o órgão irá instaurar um processo disciplinar, com caráter punitivo, para investigar a omissão de informações ao Conselho Administrativo da Petrobras sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA). A decisão ocorreu após divulgação de nota do Palácio do Planalto, em que Dilma Rousseff (PT), que era presidente do Conselho, chama o resumo técnico apresentado de "falho".
"Já vínhamos acompanhando (a compra de Pasadena) através da nossa área de auditoria, mas a partir da nota do Planalto, em resposta ao
Estado de S. Paulo
, onde fica colocada a questão de omissão de informações ao Conselho Administrativo por parte de um diretor da Petrobras, é evidente que a controladoria não pode deixar de determinar a apuração das responsabilidades, a individualização das responsabilidades e apuração dos prejuízos", afirmou a jornalistas em evento no Rio. O resumo técnico foi elaborado por Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional. Ele foi demitido na semana passada da diretoria financeira da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobrás.
Hage afirmou que entrou em contato com a presidente da Petrobras, Graça Foster, no mesmo dia da divulgação da nota do Planalto, consultando-a se já havia uma apuração interna sobre o caso. "Não tinha investigação interna formal sobre Pasadena na Petrobras. Tinha um levantamento das informações, mas não tinha processo investigativo formal".
De acordo com o ministro, a Petrobras vai encaminhar nos próximos dias levantamento sobre as providências tomadas internamente sobre o caso, além de informações sobre o contrato e as atas das reuniões do Conselho. A auditoria da CGU tinha recebido resumos das atas, mas não a íntegra. Segundo Hage, a partir daí será decidido se será instaurada uma comissão da CGU ou se o processo correrá em parceria com a direção da Petrobras. "É o que falta ser feito."