O presidente nacional do PSDB e senador Aécio Neves disse, nesta quarta-feira, que apesar de a bancada da oposição ser menor, na Câmara e no Senado, “há uma possibilidade real” de ser alcançado ainda hoje o número necessário de assinaturas para a instalação de uma CPI sobre a Petrobras no Senado.
“Fizemos uma avaliação e há uma possibilidade real de alcançarmos hoje esse número de assinaturas por uma razão: a gravidade do tema e a percepção de que, na opinião pública, na sociedade brasileira, também há esse sentimento de que a questão está muito mal explicada”, disse.
No Senado, são necessárias 27 assinaturas DOS 81 senadores. Para uma comissão mista no Senado e na Câmara, é preciso também o apoio de 171 deputados. O tucano tem a promessa de que o PSB, partido de Eduardo Campos, outro provável adversário de Dilma na disputa eleitoral deste ano, assinará o pedido de CPI. Na conta do mineiro, além dos votos dos quatro senadores do PSB, está o apoio de parlamentares dissidentes. "Só há uma força maior do que a força do Executivo sobre o Legislativo, é a força da opinião pública", disse Aécio.
Aécio também destacou que o governo precisa entre as duas versões dadas pelo Executivo. “Ou foi um bom negócio, como diz [o ex-presidente da Petrobras, Sérgio] Gabrielli, em função da questão de mercado na época, e essas cláusulas são absolutamente normais, ou, como diz a presidente da República, ela foi enganada a partir da omissão das informações. A questão é muito grave e vamos lutar para que ela possa ser esclarecida”, disse o senador.
Aécio também disse que a CPI sobre a Petrobras não entraria apenas na compra controversa da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. “Ela (CPI) entra nessa questão que, para mim, é tão grave quanto que é a da refinaria Abreu e Lima (em construção no Recife). Uma refinaria orçada em US$ 2,5 bilhões vai custar US$ 20 bilhões”, disse o senador tucano.
Desgasate de Dilma
Indagado se a CPI sobre a Petrobras provocaria um desgaste na imagem da presidente Dilma Rousseff, Aécio disse que “o que desgasta a imagem da presidente é a realidade, são os fatos”.
O senador lembrou que Dilma foi eleita, em 2010, sustentada por dois pilares que, para Aécio, estão ruídos em 2014. “A economia está em frangalhos. E, por outro lado, a grande gestora está se mostrando agora. Quando vemos o que aconteceu no setor elétrico brasileiro, isso é de uma gravidade tão grande para o futuro do Brasil, para a retomada do crescimento do Brasil, que até isso mereceria também uma investigação”, avalia o senador.