No último dia 12, Henrique já havia sugerido o adiamento, a pedido de secretários de Fazenda estaduais. Segundo o relator, os secretários alegam precisar de mais tempo para analisar uma eventual convalidação dos incentivos fiscais dados unilateralmente por Estados para atrair empresas. A prática está na raiz da guerra fiscal e pode acabar incluída no texto.
Desde o início do ano, o Palácio do Planalto tenta adiar a votação da proposta, aprovada no ano passado pela Câmara, com receio de que o projeto passe uma imagem de afrouxamento fiscal. O texto troca o indexador das dívidas dos Estados, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além disso, reduz os juros dos atuais 6% a 9% ao ano, para 4% ao ano.
O projeto original enviado pelo governo previa apenas a troca do indexador das dívidas a partir de 2013. Os deputados ampliaram isso e permitiram a troca do indexador desde a época dos contratos de renegociação dos débitos realizados no fim da década de 90. A prefeitura de São Paulo, do petista Fernando Haddad, é a principal beneficiária da mudança.