O acordo foi revelado nesta quarta-feira, pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Até o momento, os dois vão comparecer na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), mas é possível que os encontros se transformem numa sessão conjunta com a Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) do Senado. Só falta a confirmação da agenda do presidente do último colegiado, Eduardo Amorim (PSC), que pode ocorrer em breve.
Para Humberto Costa, o acerto da vinda de Graça e Lobão é uma "clara demonstração" que o governo está interessado em dar as explicações dos fatos que envolvem a estatal petrolífera. A CPI ganhou força depois que a imprensa revelou, na semana passada, que a presidente Dilma Rousseff (PT), quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor da compra de parte da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), com base em um resumo juridicamente "falho". Dois anos atrás, a estatal concluiu a compra da refinaria e pagou ao todo US$ 1,18 bilhão por Pasadena, que, sete anos antes, havia sido negociada por US$ 42,5 milhões à ex-sócia belga.
"Não abriremos espaço para paralisar os trabalhos do Congresso e montarmos um palco para alguns que querem aparecer", afirmou Humberto Costa, em discurso da tribuna do Senado, para quem a ação da oposição é "eminentemente" eleitoral.
O líder petista criticou também a representação apresentada à Procuradoria Geral da República contra Dilma nesta terça-feira, 25, por um grupo de parlamentares independentes por conta do voto em Pasadena. Ele lembrou que a decisão da estatal foi colegiada, com a participação, por exemplo, do empresário Jorge Gerdau. "Eu gostaria de ver essa mesma ousadia também em relação aos demais outros membros do conselho", afirmou a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffman (PT), em aparte ao colega de partido.
Humberto Costa disse que a bancada do PT no Senado fechou questão contrariamente ao pedido de CPI.
O líder petista pediu aos colegas de outros partidos que resistam à pressão de assinar a CPI. Segundo ele, o governo está dando as explicações necessárias. "Tentam lhes pressionar sob o argumento de que (os senadores) estariam sendo coniventes com a impunidade", criticou.
Com Agência Estado.