Brasília - O provável candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves (MG), saudou na noite dessa quarta-feira o “resgate” do Senado logo após o recolhimento de assinaturas suficientes para a criação da CPI da Petrobras na Casa. Hoje, logo após o apoio da bancada do PSB do também pré-candidato à Presidência, Eduardo Campos, à investigação parlamentar, o vice-líder dos tucanos, Alvaro Dias (PR), disse que apresentará hoje o pedido de abertura da comissão.
O tucano disse que as investigações serão conduzidas com “serenidade” e “responsabilidade” na hora de ouvir depoentes que participaram da “perversa” operação de compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e outros casos que envolvem a estatal. “Eu lamento muito, mas espero que este Senado não vire instrumento de disputa eleitoral”, afirmou a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffman (PT-PR).
A proposta de se fazer uma CPI sobre a estatal ganhou força depois que o jornal O Estado de S. Paulo revelou, na semana passada, que a presidente Dilma Rousseff, quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor da compra de parte da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), com base em um resumo juridicamente “falho”. Dois anos atrás, a estatal concluiu a compra da refinaria e pagou ao todo US$ 1,18 bilhão por Pasadena, que, sete anos antes, havia sido negociada por US$ 42,5 milhões à ex-sócia belga.
A estratégia da oposição é apresentar um pedido de CPI no Senado e ao mesmo tempo continuar a colheita de assinaturas para realizar uma CPI mista (composta por deputados e senadores). Na Câmara, até o momento, conseguiram 143 assinaturas, sendo que o mínimo na Casa é de 171 nomes. Se conseguirem o apoio na Câmara, vão retirar o requerimento para se fazer uma investigação exclusiva no Senado, e farão uma conjunta das duas Casas Legislativas.
Na Câmara, após o oposicionista PSDB, com 35 apoios, o PMDB, com 28 assinaturas, e o PSB, com 21 nomes, são os dois principais partidos da base aliada que estão apoiando a criação da CPI mista. Nos bastidores, o chamado blocão, grupo de partidos da base aliada descontentes com o tratamento do governo, iria esperar a coleta de assinaturas no Senado para se mobilizar na Câmara.