Brasília – O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, criticou nessa quinta-feira indiretamente a presidente Dilma Rousseff e os integrantes do Conselho de Administração da Petrobras na época da compra da Refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006. “Pode ser que alguma das partes não tenha tido conhecimento (de clásulas polêmicas do contrato), mas um conselho, quando se reúne, tem que tomar as decisões de forma coletiva e aprofundar decisões. Espero que isso (os prejuízos na compra da refinaria) sirva como exemplo para que não aconteça mais”, afirmou.
A cláusula Marlim, por sua vez, garantia à sócia da Petrobras, a Astra Oil, um lucro de 6,9% ao ano. Dilma disse ao jornal O Estado de S.Paulo que o relatório sobre o contrato apresentado ao conselho era “falho” por não incluir informações fundamentais, como a das duas cláusulas.
Nardes disse que o relatório com o resultado das investigações do TCU sobre o caso deve ser votado até o fim do primeiro semestre. Mas evitou responsabilizar diretamente algum envolvido. “Quem poderá se manifestar (sobre improbidade ou outros crimes) é o relator, ministro José Jorge, porque, cabe a ele, que preside o processo, direcionar o relatório conforme as imputabilidades que poderão ser consequentes desse trabalho”, alegou.
O presidente do TCU antecipou, porém, que o órgão avalia a compra da planta americana como prejudicial à Petrobras. “Pelas informações que a gente tem, não foi um bom negócio”, lamentou Nardes, acrescentando que “o prejuízo para a nação brasileira foi bastante significativo”. Ele disse ainda que, no ano passado, se reuniu com a presidente da estatal, Graça Foster, e com o ministro relator do processo para tratar das investigações. Na época, Nardes já conhecia parte das informações que estão sendo divulgadas pela imprensa. “Nós não divulgamos informações das apurações antes da apresentação do relatório”, explicou. (AA e PTL)