Brasília - Escalado pelo Palácio do Planalto para comentar a pesquisa CNI/Ibope, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, minimizou o resultado do levantamento, insinuando que a sondagem divulgada nesta quinta-feira era a mesma que havia apontado, semana passada, que a presidente Dilma Rousseff venceria a eleição no primeiro turno. Procurado pela reportagem, o Ibope explicou que as pesquisas são diferentes, apesar de terem sido realizadas no mesmo período. "É a segunda divulgação de uma mesma pesquisa, que foi a campo em meados de março. Nesse trabalho de campo, essa pesquisa apresentou as intenções de votos que o instituto colheu junto à população", comentou Mercadante, em uma rápida declaração feita à imprensa.
Segundo o ministro da Casa Civil, os números divulgados hoje fazem parte da "mesma pesquisa" e retratam aspectos da conjuntura. "O governo recebe (os números) como uma motivação a mais para a gente trabalhar, trabalhar e trabalhar ainda mais duro para melhorar o Brasil e a vida do nosso povo", justificou o ministro. Em resposta ao Estado, o Ibope esclareceu que as duas sondagens foram feitas no mesmo período, mas as pessoas entrevistadas são diferentes. "A pesquisa divulgada semana passada era sobre intenção de votos e a da CNI (divulgada hoje) é de avaliação do governo federal", comunicou o instituto.
Sobre a coincidência no número de entrevistas dos dois levantamentos, o Ibope informou que a quantidade é a mesma porque o número (2.002) representa estatisticamente a população do Brasil. "Qualquer pesquisa feita pelo Ibope Inteligência que busque representar o Brasil terá 2.002 entrevistas", informou.
Assessores palacianos alegaram que a pesquisa dessa quinta-feira não tem "efeito eleitoral", já que a sondagem anterior apontou para a vitória da presidente Dilma Rousseff em todos os cenários. Segundo o Planalto, as duas pesquisas foram feitas no mesmo período e com o mesmo campo e mostram que não há contaminação entre a avaliação de governo e de eleição. Os resultados das duas pesquisas, de acordo com auxiliares, são recebidos como um aviso para o governo, de coisas que precisam ser observadas. Portanto, de acordo com as explicações oficiais, o governo acolhe os resultados das pesquisas e vai trabalhar, como disse Mercadante, para melhorar nos pontos que são alvo de reclamação da população para poder atender melhor o povo.