O documento foi revelado nesta sexta-feira, 28, pelo jornal O Globo. Em um dos anexos do documento, uma consultoria contratada pela estatal pouco antes da compra, a BDO Seidman, de Los Angeles (EUA), disse que, em razão do "tempo limitado", a estatal deveria buscar sua própria avaliação de dados.
A Petrobras comprou a refinaria da trading belga Astra Oil em 2006. Após litígio com o sócio e disputa judicial, a estatal foi obrigada a comprar a totalidade do negócio em 2012, pagando US$ 1,18 bilhão por toda a operação, que oito anos antes fora adquirida por US$ 42,5 milhões pelos belgas, como revelou o
Broadcast
, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, em julho de 2012.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff confirmou, em nota ao jornal
O Estado de S. Paulo
, que aprovou o negócio quando era presidente do conselho de administração da Petrobras, mas alegou que a decisão foi tomada com base em "resumo executivo" falho, preparado pelo então diretor da Área Internacional da estatal, Nestor Cerveró.
O documento obtido pelo Globo mostra que, após a coleta de documentos e reuniões com diretores financeiros da Astra, a Petrobras teve de fazer nova avaliação em apenas cinco dias. Assinado por gerentes da área tributária e jurídica da estatal, o texto ainda recomendou a criação de uma cláusula responsabilizando a Astra por qualquer tributo devido em decorrência da reestruturação, para se eximir de possíveis passivos..