O promotor João Medeiros, que faz a acusação no processo que já tramita contra nove réus em Belo Horizonte, afirma que há possibilidade de a sentença no caso de Azeredo ser conhecida ainda em 2014. Mas são pequenas as chances de a decisão ser conhecida antes do pleito de outubro, porque, apenas para o processo ser transferido para a Justiça de primeira instância, antes é necessária a publicação da ata da sessão do STF na qual foi decidida a remessa para Minas, o que não tem data prevista para ocorrer.
Quando o processo chegar ao Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, ainda precisará ser distribuído para algum magistrado, que terá que estudar as 10 mil páginas distribuídas em 105 volumes que compõem a ação. "O juiz ou a juíza ainda pode pedir algum diligência se entender que ela é necessária", observou José Gerardo Grossi, advogado de Azeredo, segundo o qual a demora na sentença causa "muito incômodo" ao ex-deputado, que sempre afirmou ser inocente e espera uma decisão favorável.
Na avaliação de Medeiros, o processo deve ser distribuído para a 9ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, presidida pela juíza Neide da Silva Martins. Além de a vara ser especializada no tipo de crime que consta no processo, é lá que tramita a ação contra outros nove réus no mesmo caso, como o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Uma preocupação do promotor é que o processo contra Azeredo, que aguarda apenas a sentença, seja juntado à outra ação, que ainda está em fase de instrução. Segundo João Medeiros, "tudo que é possível para a defesa adiar a decisão se pode esperar".
Mas Grossi nega a intenção de protelar a decisão. Ele afirmou que espera que o processo "corra dentro da maior normalidade" e separado da ação que já tramita em Minas.
Mesmo assim, integrantes do PSDB respiram mais calmos com o atraso do processo. "Não vou dizer que é um alívio, mas a situação ficou melhor. Na (campanha) estadual não faria diferença, mas na presidencial poderia causar prejuízo", avaliou um integrante da direção do tucanato mineiro, que negou ter havido pressão para Azeredo renunciar e, consequentemente, forçar a transferência do processo para a primeira instância..