"Ideli é uma companheira valorosa no setor sindical, educacional, mas nada tem a ver com direitos humanos, não tem o perfil para tocar essa temática", criticou o coordenador nacional do setorial de direitos humanos do PT, Rodrigo Mondego.
Para Mondego, o governo cometeu um equívoco ao não discutir com os movimentos sociais o nome apropriado para suceder à atual titular da pasta, ministra Maria do Rosário. "Nomear a nova ministra da SDH sem ter nenhum diálogo com a militância do partido é um outro erro na nomeação da Ideli",comentou Mondego. "Não fomos consultados."
Ideli e Maria do Rosário conversaram nesta sexta-feira por telefone para tratar da transição na secretaria. Na conversa, Ideli disse que tem admiração pelo trabalho da SDH e destacou que pretende dar continuidade às iniciativas da pasta, que acompanha ações do governo focadas em grupos diversos, como pessoas com deficiência, mortos e desaparecidos políticos, criança e adolescentes, idosos.
Homofobia
Além de lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT), o nome de Ideli também encontra resistência dentro do movimento gay, que se ressente da orientação da ministra de não colocar em votação o projeto de lei que criminaliza a homofobia, no ano passado. "A indicação dela é péssima", afirmou o presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira. "A Ideli não tem jogo de cintura, não está associada com as lutas de direitos humanos, é uma mulher travada com os interesses do núcleo político dela", disse Cerqueira. "Ideli não nos representa."
Nesta semana, o Grupo Gay da Bahia elegeu a ministra uma das inimigas da comunidade gay, dedicando-lhe o troféu "pau de sebo" por "ter sido 'moleca de recado' da presidente Dilma determinando o arquivamento do projeto de lei que equiparava homofobia ao racismo".