O ministro Ricardo Berzoini, que tomou posse na Secretaria de Relações Institucionais nesta terça-feira, 1º, afirmou que o governo trabalha com a perspectiva de ver a CPI da Petrobras ampliando seu leque de apuração. Berzoini não mencionou as irregularidades envolvendo a compra de trens em governos tucanos de São Paulo, mas sinalizou que o governo apoia uma comissão sobre temas "candentes" que ainda não chegaram ao Congresso. "Achamos que se é para ter investigação de alguns assuntos candentes, nós devemos ter de vários assuntos, alguns inclusive que não foram objeto ainda de apuração no Congresso Nacional", afirmou.
Berzoini afirmou que recebeu como tarefa de Dilma evitar o impacto eleitoral da CPI. "A orientação é que façamos o diálogo com as lideranças da base para ver qual o melhor caminho, justamente para obter o que ela (Dilma) falou no seu discurso, de evitar qualquer tipo de exploração política eleitoral em um assunto tão importante para o Brasil como é a gestão da Petrobras", afirmou.
"Nossa posição é essa de colaborar, dialogar com os líderes, não dar nenhuma orientação expressa do governo com relação a essa questão. É simplesmente dialogar e buscar entendimento entre os líderes da base aliada na Câmara e no Senado para avaliar qual a melhor forma de evitar exploração política e eleitoral", reforçou o ministro.
Berzoini afirmou ainda que "CPI é um direito da minoria", mas que o governo vai brigar para evitar que a imagem da Petrobras saia arranhada de uma investigação parlamentar. "Se é para ter um apuração, que seja rigorosamente no campo da legalidade, reduzindo a disputa política eleitoral. Vamos trabalhar com serenidade, porque é uma empresa da maior importância para o Brasil, que não pode ser alvo desse tipo de especulação", afirmou.