O governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) decidiu demitir todos os 22 secretários estaduais nesta quinta-feira, 3, antes de deixar o governo de Pernambuco para disputar a Presidência da República. Ele se desincompatibiliza no dia seguinte, dia 4 de abril. O objetivo é o deixar o vice-governador João Lyra Neto, à vontade, sem pressão para compor a sua equipe.
João Lyra, por sua vez, assegurou que vai manter quem0 quiser permanecer. "Não tenho absolutamente nenhum motivo para excluir quem quer que seja", disse. "As pessoas vão sair por decisão própria, não por exclusão minha". Observou que construiu uma relação de confiança, solidariedade e cumplicidade com todo o secretariado e, se fosse possível, manteria todos nos cargos.
O secretário da Fazenda, Paulo Câmara, vai disputar a sucessão estadual e Milton Coelho, do Governo, se incorpora à campanha presidencial de Campos. Outros cinco deverão concorrer às eleições: Evaldo Costa, da Comunicação, Tadeu Alencar, da Casa Civil, Sérgio Xavier, do Meio Ambiente e Danilo Cabral, da Educação, irão disputar a Câmara Federal, enquanto o secretário de Ciência e Tecnologia, Marcelino Granja, será candidato a deputado estadual.
O clima de entendimento e boa vontade entre o governador e o seu vice tem sido demonstrado publicamente, nos últimos eventos, servindo para aliviar a tensão e demonstrar que teria sido superada a insatisfação de Lyra por ter sido preterido na escolha do candidato à sucessão estadual.
Campos e Lyra falaram com a imprensa no lançamento do projeto "Pernambuco 2035", que apresenta propostas de médio e longo prazo a serem discutidas com a sociedade visando a um planejamento estratégico de governo.