A oposição ao governo no Congresso está buscando um acordo que viabilize a criação da comissão para investigar denúncias de irregularidades na compra de uma refinaria no Texas (Estados Unidos) pela Petrobras.
“A orientação é que façamos diálogo com lideranças da base para ver qual o melhor caminho para obter justamente o que ela falou no seu discurso, que é evitar a exploração político-eleitoral de um assunto tão importante para o Brasil como é a questão da Petrobras”, disse Berzoini.
Antes, durante discurso na cerimônia de posse de Berzoini e da nova ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, Dilma disse que “motivações meramente eleitorais” não podem impedir o andamento de projetos importantes para o país.
Para o novo ministro da Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, a criação de uma CPI em ano eleitoral tem mais objetivos políticos que de investigação.
De acordo com Berzoini, a estratégia do governo será dialogar com as lideranças da base aliada no Congresso, sem interferir diretamente na articulação. “Vamos apoiar o que os líderes entenderem ser o melhor caminho. O governo não participa articulando a ação dos partidos nessa questão da CPI. Ouvimos várias opiniões sobre como tratar e vamos dialogar, ouvindo a posição dos líderes para ajudar no melhor possível”, ponderou.
Já o presidente do PT, Rui Falcão, disse contar com o apoio de Berzoini para amenizar os efeitos da investigação, caso a comissão seja criada. “A nossa preocupação com o ano eleitoral é que essa CPI da Petrobras só tem esse conteúdo político-eleitoral e de enfraquecimento da empresa. Quem está conduzindo toda essa articulação são nossos representantes na Câmara, no Senado e agora o ministro Berzoini.
Apesar de não revelar a estratégia do partido, Rui Falcão admite que é possível trabalhar no sentido de ampliar o foco da CPI para investigar outros assuntos ou até de criar outra comissão. “O deputado Paulo Teixeira está coletando assinaturas nessa direção . Obtendo o número de assinaturas, vamos analisar qual a melhor tática”, disse, após opinar que as apurações podem também “discutir o cartel, a corrupção no Metrô e o Porto de Suape ”.
O presidente do PT acredita que é possível “colocar as coisas nos devidos eixos” e demonstrar que há um “ataque especulativo em relação à Petrobras por parte da oposição”. Segundo ele, esses ataques são recorrentes, como no passado ocorreu com a tentativa de privatização da empresa, com a troca do nome e a resistência ao regime de partilha com relação ao leilão do pré-sal..