"Eu entendo que é uma discussão pertinente, porque a tortura é considerada um crime contra a humanidade e portanto acho que a Maria do Rosário (que deixou a SDH) colocou de forma muito clara: é um debate que compete ao Legislativo e ao Judiciário", afirmou Ideli.
"Tenho uma responsabilidade como integrante da equipe da presidente Dilma de colocar da forma como a presidente colocou no dia de ontem. Agora, a responsabilidade do País de fazer esse debate, de alterar, se for o caso, aquilo que foi produzido a partir de acordos - como a própria presidenta colocou no seu discurso ontem - isto é uma responsabilidade do Congresso Nacional."
Em seu discurso de despedida da SRI, Maria do Rosário afirmou que o Brasil não pode manter "as marcas e os efeitos da Lei da Anistia como foi produzida em 1979". "Não é tarefa do governo (a discussão da revisão da anistia). No meu ponto de vista, essa é uma missão do Congresso Nacional e do poder Judiciário", afirmou Maria do Rosário.
"O Judiciário de um país democrático não pode continuar considerando a tortura, o estupro, o sequestro e o assassinato de pessoas indefesas, o STF (Supremo Tribunal Federal) não pode continuar considerando esses crimes como crimes políticos, são crimes comuns, são hediondos, devem ser punidos, porque a tortura é um crime contra a humanidade ontem, hoje e sempre", disse a agora ex-ministra.
Críticas
Conforme informou no último sábado o jornal
O Estado de S.Paulo
, Ideli assume a SDH já na mira de colegas do Partido dos Trabalhadores e da militância gay. A principal crítica feita a ela é a falta de afinidade com os temas tratados pela pasta que passará a chefiar.
Ideli tem sido criticada por causa de sua orientação, no ano passado, para que não fosse votado o projeto de lei que criminaliza a homofobia. Na semana passada, foi eleita pelo Grupo Gay da Bahia uma das inimigas públicas da comunidade LGBT. Questionada pelo
Broadcast
sobre a resistência ao seu nome, Ideli respondeu que tem uma "história de vida" relacionada à luta contra a discriminação de orientação sexual.
"Eu tenho uma história de atuação, de inclusive questões que eu tenho muito orgulho de ser protagonista.