O presidente do PSDB e presidenciável, senador Aécio Neves, criticou, nesta terça-feira durante pronunciamento no plenário do Senado, o pedido de impugnação da CPI feito pela senadora Gleisi Hoffman (PT). Com a solicitação da petista, a oficialização do inicio dos trabalhados da comissão foi adiado. Aécio justificou a instalação da CPI como uma ação legítima da oposição. Segundo ele, os partidos adversários do Planalto estão “apenas cumprindo suas prerrogativas”. “Não foi a oposição que resolveu, de repente, investigar um governo adversário. As denúncias que levam a esse requerimentos e as assinaturas necessárias surgiram por ações de muitos, inclusive servidores da própria Petrobras, por denúncias na empresa que causam indignidade à sociedade brasileira”, afirmou.
Na questão de ordem apresentada à Mesa Diretora do Senado, Gleisi alegou que, apesar de todos os argumentos apresentados tratarem da Petrobras, eles não guardam relação entre si, o que tornaria a CPI antirregimental e inconstitucional. Conforme Aécio, nem o governo e nenhum de seus líderes veio a público até o momento prestar esclarecimentos ou dizer que a compra de “Pasadena foi um bom negócio”.
Conforme o tucano, até o momento todas as tentativas de esclarecer os fatos são contraditórias. “Há um fato determinado. Denúncias de extrema gravidade na Petrobras, seja na aquisição da refinaria de Pasadena com prejuízos de mais de US$ 1,2 bilhão para os brasileiros, seja em relação às refinarias, em especial Abreu e Lima, orçada em US$ 2 bilhões e que já gastou US$ 18 bilhões, seja em relação às denúncias de propinas pagas por empresa holandesa a servidores da Petrobras, ou as plataformas colocadas no mar sem os equipamentos de segurança necessários”, atacou.
Sobre a intenção dos partidos da base governista de abrir uma CPI para investigar os contratos do governo de São Paulo com a Alston para compra de trens, Aécio desafiou: “Se a base do governo acha que tem denúncias que devam ser apuradas, que apresente seus requerimento”.
O requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, para investigação de denúncias de irregularidades na empresa, foi lido nesta terça-feira no plenário do Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o documento tem número suficiente de assinaturas e que a comissão será instalada. O presidente do Senado, Renan Calheiros disse que a Mesa Diretora responderá à questão de ordem apresentada por Gleisi na sessão desta quarta-feira.