A dois dias da posse do novo governador de Minas Gerais, que substituirá o titular, Antonio Anastasia (PSDB) – de saída para disputar o Senado – a mobilização dos partidos aliados para a montagem do secretariado de transição é grande. Nas conversas, os dirigentes procuram garantir a manutenção do espaço de suas legendas, porém, trabalham também com a indicação de nomes técnicos. Isso porque, às vésperas do período eleitoral, os políticos estão voltados para a disputa de cadeiras na Câmara ou Assembleia, e as vagas só serão ocupadas pelos últimos nove meses de governo.
Todos serão exonerados para que Alberto Pinto Coelho (PP), ao assumir o cargo, renomeie os que ficam e nomeie os novos secretários. Além dos deputados estaduais e federais, que deixam as pastas para concorrer a mais um mandato, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Doroteia Werneck, anunciou a saída da pasta. Muito ligada ao ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga, de quem foi candidata a vice quando ele concorreu ao Palácio da Liberdade em 1990, ela se colocou à disposição para ajudar na elaboração do programa de governo do tucano para Minas Gerais e do senador Aécio Neves (PSDB), que concorre à Presidência da República.
Na Secretaria da Saúde, o deputado federal Alexandre da Silveira (PSD) deixa o espaço livre, que tende a ser ocupado pelo adjunto Wagner Eduardo Ferreira, ex-vice-presidente da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). Silveira se desincompatibiliza querendo ser suplente na chapa de Anastasia na disputa pelo Senado.
Do PR, o secretário de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Bilac Pinto, é outro que vai sair para tentar renovar o mandato de deputado federal. Também deixa o cargo o subsecretário da Casa Civil, Leonardo Portela, que é presidente do PR municipal e vai tentar uma cadeira na Assembleia. Portela afirma que a legenda vai indicar nomes técnicos para as duas posições.
O PDT, que perde a vaga do deputado federal Zé Silva, secretário de Agricultura – ele volta para a Câmara dos Deputados para não ser impedido pela legislação eleitoral de concorrer a mais um mandato –, também trabalha para manter espaço. Depois de resolver uma divergência com a bancada estadual, que apoiava outro nome, ficou decidido, segundo o presidente estadual do partido, Mário Heringer, que os pedetistas indicam André Merlo, atual subsecretário de Agronegócios, para a Secretaria de Agricultura.
Entre os que permanecem nas pastas está o secretário de governo Danilo de Castro, que, aliás, junto com Anastasia e Pinto Coelho, ajuda na costura das mudanças. Nomes do núcleo central como o da secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, e da secretária de Educação, Ana Lúcia Gazzolla, também permanecem. Apesar dos rumores de uma possível saída, Rômulo Ferraz deve permanecer à frente da pasta de Defesa Social.
O secretariado deve tomar posse em conjunto no início da semana que vem. Antes disso, Anastasia e Alberto Pinto Coelho terão uma reunião amanhã com integrantes do primeiro, segundo e terceiro escalões. O encontro deve ganhar um tom de despedida, já que a transmissão do cargo e a posse do novo governador ocorrerão no dia seguinte.