A organização da sociedade civil Anistia Internacional Brasil lançou nessa terça-feira a campanha 50 Dias Contra Impunidade, na frente da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia. O objetivo é colher assinaturas para revisão da Lei de Anistia, de 1979, para que agentes de Estado que cometeram crimes durante a ditadura militar possam ser punidos. Voluntários em outras cidades brasileiras, como Brasília, São Paulo, Goiânia (GO), Belém (PA), Dourados (MS) e Porto Alegre (RS), também se organizam para expandir a ação pelo país.
A campanha, lançada prioritariamente nas redes sociais para atingir os jovens, faz um paralelo entre os abusos no período da ditadura militar e na atualidade. Entre as peças estão fotos do jornalista Vladimir Herzog, morto no DOI-Codi de São Paulo, em 1975; da chacina da Candelária, quando policiais militares assassinaram meninos de rua no Rio, em 1993; e da auxiliar de serviços gerais Claudia da Silva Ferreira, arrastada por cerca de 350 metros por um carro da polícia no Rio, em março de 2014.
Centrais sindicais, movimentos estudantis e partidos de esquerda também fizeram ontem um ato contra a ditadura militar, na Praça da Candelária, Centro do Rio. Cerca de 150 pessoas com bandeiras ocuparam a praça no ato batizado ato "Descomemoração do golpe militar de 1964". Apoiados por dois carros de som, sindicalistas e militantes se revezaram em discursos. Eles estenderam uma faixa com os dizeres "ditadura nunca mais". Cerca de 100 policiais militares acompanham o ato.