O pedido da oposição de fazer uma CPI com deputados e senadores ocorre horas antes da provável decisão de Renan Calheiros em relação a duas CPIs lidas ontem em plenário. Após questionamentos, Renan deve decidir se aceita a criação da CPI da Petrobras apresentada pela oposição ou a comissão apresentada pelo governo, cópia da dos oposicionistas mas com a presença de fatos que podem desgastar o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, pré-candidatos à Presidência.
A CPI mista apresentada é uma cópia da exclusiva do Senado. O principal fato refere-se à compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A operação contou com o voto da presidente Dilma Rousseff, ex-presidente do Conselho de Administração da estatal. Ela admitiu ter tomado a decisão baseada em um parecer juridicamente falho.
“Nós queremos o que os brasileiros querem, apuração, investigação. Nós não 'pré-condenamos' ninguém.
Para o pré-candidato tucano, o governo quer impedir que as apurações referentes à estatal prosperem. Ele disse que pedirá hoje a Renan Calheiros que, diante da “gravidade” do tema, convoque uma reunião extraordinária do Congresso para ler o requerimento da CPI mista. Só após tal leitura e a manutenção dos apoios acima do mínimo de 171 deputados e 27 senadores até a meia noite do dia da leitura é que a comissão será efetivamente criada. A próxima sessão do Congresso, entretanto, está marcada para o dia 15 de abril.
O líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho (PE), também defende a imediata instalação da CPI mista. Para o parlamentar, o governo não quer ampliar, mas “tumultuar o processo”. Mendonça Filho disse que, se a base do governo quer fazer uma investigação sobre os cartéis do metrô, seria o primeiro a assinar o pedido desde que ele não seja restrito apenas a um estado. Os aliados querem investigar os cartéis em São Paulo, no governo do PSDB, e no Distrito Federal, de uma gestão do DEM.
“Não pode envolver um estado específico da federação, tem que envolver a CBTU, Eletrobras. Essas empresas, Alstom e Siemens, são fortemente fornecedoras de grandes empresas como a Eletrobras e a CBTU. Não há como imaginar que o cartel só exista num estado brasileiro. É subestimar a inteligência do povo brasileiro”, afirmou.
Para o líder do DEM, se Renan Calheiros engavetar a criação das CPI vai contrariar “a sociedade, a Constituição, o regimento, o Congresso Nacional e a vontade política das duas casas”. “Não posso imaginar que o presidente do Senado vá se submeter à pressão do governo que quer aniquilar no tapetão uma CPMI que é legítima e que é baseada nos preceitos constitucionais e regimentais do Congresso Nacional”, avaliou..