Pela legislação, chefes de Executivo devem deixar o cargo até seis meses antes da votação na qual concorrerão a outro posto no Legislativo ou em outra esfera de poder. Nessa última situação está o pernambucano Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência da República. Os demais governadores que vão renunciar hoje pretendem disputar cargos no Congresso - geralmente o Senado - ou permitir que parentes possam sair candidatos. O governante só pode permanecer no cargo se concorrer à reeleição - caso de 15 atuais chefes de Executivos estaduais.
Dois governadores deixaram para a última hora o anúncio de seu futuro político. No Ceará, Cid Gomes (PROS) vai aproveitar hoje a inauguração de uma policlínica para dizer se deixa o governo ou não. Ele estará ao lado de Ciro, seu irmão e secretário estadual de Saúde.
Situação semelhante vive Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão. O mais provável é que a governadora renuncie e dispute uma vaga no Senado. Esse teria sido um pedido feito pelo seu pai, o senador José Sarney, que deve concorrer à reeleição pelo Amapá. O grupo dos que vão cumprir o mandato até o fim é formado pelo tucano Teotonio Vilela (Alagoas), pelo peemedebista Silval Barbosa (Mato Grosso) e pelo petista Jaques Wagner (Bahia). O último deve integrar o núcleo da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em caso de vitória, Jaques provavelmente começaria 2015 na Esplanada dos Ministérios.
Dilema
Quem já confirmou a renúncia para hoje é o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Ele vai abrir espaço para o vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ganhar visibilidade na disputa pelo Palácio Guanabara. Cabral deve tentar voltar ao Senado, mas a queda de popularidade desde os protestos de 2013 tornaram o futuro do peemedebista mais imprevisível do que se previa um ano atrás.
Em Minas, Antonio Anastasia (PSDB) também vai renunciar ao mandato, mas ainda não confirmou se disputará o Senado. Oficialmente, o tucano trabalhará na elaboração do plano de governo do pré-candidato à Presidência tucano, o senador mineiro Aécio Neves.
Nos 15 Estados em que o governador pode se reeleger, quase todos serão candidatos.
Podem ocorrer duas exceções. No Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini quer ser candidata, mas o DEM, seu partido, pode preferir apoiar outra sigla. Segundo pesquisa Ibope de dezembro, ela é a governadora mais mal avaliada do País, com 7% de aprovação.