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Estado de Minas

Um terço dos estados trocará de governador com a desincompatilização

Pela legislação, chefes de Executivo devem deixar o cargo até seis meses antes da votação na qual concorrerão a outro posto no Legislativo ou em outra esfera de poder


postado em 03/04/2014 08:37 / atualizado em 03/04/2014 08:43

São Paulo - Quase um terço dos 27 estados do país terão novos governadores a partir desta sexta-feira (4), prazo final para a desincompatibilização. Pelo menos sete governantes eleitos em 2010 vão renunciar nesta quinta-feira para disputar outros cargos, mas o número pode chegar a nove. Todos fazem parte do rol de 12 governadores que já foram reconduzidos ao cargo e, por isso, não podem se candidatar à reeleição - três políticos decidiram permanecer no posto até dezembro e ficarão sem mandato a partir de 2015.

Pela legislação, chefes de Executivo devem deixar o cargo até seis meses antes da votação na qual concorrerão a outro posto no Legislativo ou em outra esfera de poder. Nessa última situação está o pernambucano Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência da República. Os demais governadores que vão renunciar hoje pretendem disputar cargos no Congresso - geralmente o Senado - ou permitir que parentes possam sair candidatos. O governante só pode permanecer no cargo se concorrer à reeleição - caso de 15 atuais chefes de Executivos estaduais.

Dois governadores deixaram para a última hora o anúncio de seu futuro político. No Ceará, Cid Gomes (PROS) vai aproveitar hoje a inauguração de uma policlínica para dizer se deixa o governo ou não. Ele estará ao lado de Ciro, seu irmão e secretário estadual de Saúde. Cid precisa renunciar para ser candidato a senador ou para que Ciro dispute essa vaga, embora o ex-ministro não goste da ideia. No entanto, o governador teme perder o controle da máquina estadual, fundamental para eleger seu sucessor, e por isso poderia ficar até o fim do mandato. Cid ainda não anunciou quem vai apoiar como candidato à sucessão.

Situação semelhante vive Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão. O mais provável é que a governadora renuncie e dispute uma vaga no Senado. Esse teria sido um pedido feito pelo seu pai, o senador José Sarney, que deve concorrer à reeleição pelo Amapá. O grupo dos que vão cumprir o mandato até o fim é formado pelo tucano Teotonio Vilela (Alagoas), pelo peemedebista Silval Barbosa (Mato Grosso) e pelo petista Jaques Wagner (Bahia). O último deve integrar o núcleo da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Em caso de vitória, Jaques provavelmente começaria 2015 na Esplanada dos Ministérios.

Dilema

Quem já confirmou a renúncia para hoje é o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Ele vai abrir espaço para o vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ganhar visibilidade na disputa pelo Palácio Guanabara. Cabral deve tentar voltar ao Senado, mas a queda de popularidade desde os protestos de 2013 tornaram o futuro do peemedebista mais imprevisível do que se previa um ano atrás.

Em Minas, Antonio Anastasia (PSDB) também vai renunciar ao mandato, mas ainda não confirmou se disputará o Senado. Oficialmente, o tucano trabalhará na elaboração do plano de governo do pré-candidato à Presidência tucano, o senador mineiro Aécio Neves.

Nos 15 Estados em que o governador pode se reeleger, quase todos serão candidatos.

Podem ocorrer duas exceções. No Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini quer ser candidata, mas o DEM, seu partido, pode preferir apoiar outra sigla. Segundo pesquisa Ibope de dezembro, ela é a governadora mais mal avaliada do País, com 7% de aprovação. No Tocantins, o tucano Siqueira Campos não disse se vai ou não concorrer à reeleição. Especula-se que ele renuncie para dar lugar na chapa ao filho, Eduardo.


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