Além da Venezuela, outras questões polêmicas na agenda incluem as restrições à informação nosEstados Unidos - partidas de órgãos como a Agência Nacional de Segurança, a NSA - e um debate sobre a concentração de empresas de comunicação nas mãos de poucas empresas e o papel do Estado nesse processo. Amanhã cedo, a partir de 9 horas, o primeiro seminário do programa reunirá dois jornalistas da Espanha, Juan Luis Alonso e Adrián Segovia, em um debate técnico sobre “Fontes para novas receitas” no uso da internet, especialmente dos vídeos.
O primeiro-ministro de Barbados, Freundel Stuart, deverá abrir oficialmente o encontro. Uma sessão solene marcará os 20 anos da Declaração de Chapultepec. Esse documento, discutido e aprovado na Cidade do México, em 1994, estabeleceu num texto curto, de 10 artigos, uma espécie de “constituição latino-americana” em defesa da liberdade de informação que acabou sendo assinada por 59 chefes de Estado da região.
A morte de seis jornalistas no semestre - depois do último encontro da SIP, em Denver, nos Estados Unidos - será o pano de fundo das análises sobre a situação da imprensa no continente, marcada por violência constante contra jornalistas. Outro tema polêmico será a discriminação de alguns governos - marcadamente Venezuela, Argentina e Equador - contra órgãos que os criticam, na hora de distribuir publicidade oficial.
Solidariedade
Como em encontros recentes, a denúncia de abusos do governo da Venezuela contra a imprensa de oposição - agora, impedindo-os de importar papel - deverá garantir os debates mais acesos.
Na terça-feira, a Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP fez um pedido ao presidente venezuelano Nicolás Maduro para que não imponha restrições ao embarque de papel oferecido por uma organização da Colômbia a jornais da Venezuela.
“Este gesto solidário porá à prova o governo da Venezuela, em sua estratégia de restrições diretas aos periódicos, uma das poucas vozes independentes que ainda restam no país e que o presidente Maduro busca silenciar”, disse o presidente da comissão, Claudio Paolillo. Ele elogiou, ainda, a “grande capacidade criativa” de Caracas para impor a censura. .