Minas Gerais amanhece hoje com um novo governador e a promessa de um pacto nacional para a segurança pública. Alberto Pinto Coelho (PP) foi empossado ontem no comando do estado em substituição a Antonio Anastasia (PSDB) – que deixou o cargo para se dedicar à campanha do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República e à possível candidatura a senador. Os eventos contaram com solenidades na Assembleia Legislativa e no Palácio da Liberdade.
Diante dos deputados estaduais, prefeitos, vereadores e autoridades que lotaram o plenário da Assembleia, Alberto Pinto Coelho – que já presidiu a Casa – pregou em seu primeiro discurso como governador a necessidade de adotar medidas para o combate à violência e criticou a concentração de recursos e poderes na União, causas para o que classificou de “mais graves mazelas e crises” no setor de segurança pública.
“Falta-nos uma política nacional de segurança pública e uma instância federal coordenadora dos esforços dos entes federados”, assinalou. Em crítica implícita ao governo Dilma Rousseff (PT), Alberto Pinto Coelho destacou: “Têm nos faltado solidariedade política e responsabilidade administrativa para convergirmos em torno das grandes causas nacionais, acima dos projetos de grupos, partidos ou interesses eleitorais”.
Por volta do meio- dia, após a posse na Assembleia Legislativa, Alberto Pinto Coelho chegou ao Palácio da Liberdade acompanhado da esposa, Célia Pinto Coelho, para a transmissão do cargo, escoltado por um piquete do Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes. Cerca de 4 mil convidados acompanharam a cerimônia. O novo governador atravessou a Alameda Central da Praça da Liberdade, recebido por honras militares, ladeando as bandeiras dos 853 municípios mineiros.
No Palácio da Liberdade, passou em revista à tropa formada. À porta principal, depois de percorrer as alas dos Dragões da Inconfidência, Alberto Pinto Coelho foi recebido pelo governador Antonio Anastasia. Ambos dirigiram-se à sacada do palácio, também acompanhados do senador Aécio Neves (PSDB) e do governador de Goiás – estado natal de Alberto –, Marconi Perillo (PSDB). Antonio Anastasia pronunciou o discurso de despedida do cargo e entregou ao seu sucessor o Grande Colar da Inconfidência, símbolo maior de honraria do estado de Minas Gerais. O ex-governador se emocionou. No discurso, Anastasia afirmou, sem referência explícita à candidatura ao Senado, que a sua vocação é ser servidor público e que não se furtará a continuar "honrando Minas", pois o trabalho "há de bater na porta". Ao final da cerimônia, Alberto Pinto Coelho acompanhou o governador Anastasia até os portões do Palácio da Liberdade.
Em seu primeiro dia de trabalho, Alberto Pinto Coelho se reuniu com representantes do Sindicato da Educação, ameaçados de perder o cargo em decorrência da decisão do STF que considerou inconstitucional a lei que os efetivou sem concurso público em 2007. Com trajetória no Legislativo mineiro – onde exerceu quatro mandatos como deputado estadual – marcada pela articulação política com todos os partidos, Alberto Pinto Coelho deu sinais de que pretende valorizar o diálogo em seu governo.