O deputado André Vargas (PT), que pediu licenciamento do cargo nesta segunda-feira, afirmou que deixou o cargo para se defender do que ele chamou de “massacre midiático”. Em nota, o parlamentar afirmou que continua “à disposição para quaisquer esclarecimentos” e que as informações divulgadas pela imprensa são fruto de “vazamento ilegal de informações”. Vargas solicitou afastamento por 60 dias à Mesa Diretora da Casa, alegando que iria “tratar de interesses pessoais”. O vice-presidente da Câmara não receberá remuneração durante o período solicitado.
André Vargas disse em sua defesa que, até o momento, não é investigado por nenhuma irregularidade que possa ter cometido. Ele justificou a saída como sendo uma estratégia para preservar a imagem da Câmara dos Deputados. O petista ainda alegou que a ausência dele “não interrompe prazos nem suspende quaisquer procedimentos”.
No discurso em Plenário no último dia 2, Vargas voltou a negar envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. De acordo com reportagem da 'Revista Veja' desta semana, a Polícia Federal interceptou mensagens em que Vargas teria prometido ajudar Youssef em contratos que o doleiro pretendia fechar com o governo federal na área da saúde.
Youssef está preso desde o dia 17 pela Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em seis estados e no Distrito Federal. Mais de 20 pessoas foram presas suspeitas de participar do esquema de lavagem de dinheiro que, segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), movimentou mais de R$ 10 bilhões. Um dos presos foi o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Na semana passada, o jornal 'Folha de São Paulo' trouxe reportagem em que denuncia o uso, por Vargas, de um avião contratado de Alberto Yousseff para viagem a João Pessoa, Paraíba. Em nota, o parlamentar disse ser amigo de Youssef e negou envolvimento com os negócios do doleiro.
Com Agência Câmara
Leia a íntegra do comunicado do deputado:
"O deputado André Vargas solicitou nesta tarde à Mesa da Câmara uma licença de 60 dias, sem remuneração, a contar da data de hoje. Com a licença, ele pretende, antes de tudo, preservar a instituição da qual faz parte, a Câmara dos Deputados, enquanto prepara sua defesa diante do massacre midiático que está sofrendo, fruto de vazamento ilegal de informações. Importante ressaltar que André Vargas não é alvo de nenhuma investigação e não foi comunicado oficialmente acerca dos temas tratados pela imprensa. A licença não interrompe prazos nem suspende quaisquer procedimentos que possam ser instaurados pela Câmara dos Deputados. O deputado segue à disposição dos órgãos competentes para prestar quaisquer esclarecimentos que se façam necessários. O deputado reafirma seu compromisso com sua história política e sua luta em defesa do povo paranaense e do Brasil, sempre."