Silva era um dos quatro vice-presidentes da Jaraguá, empresa com contratos com a Petrobras para fornecer equipamentos pesados à estatal, como sistemas de processamento para refinarias. O executivo aparece nas investigações da PF em uma troca de e-mails, discutindo doação de campanha com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal desde o dia 17 de março.
O doleiro é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro, em esquema ligado ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, também preso na operação Lava Jato. Como diretor da área de Abastecimento, Costa era responsável pelos investimentos em refinarias da estatal. Silva é hoje diretor da Gaia, consultoria com contratos ativos com a Petrobras, por exemplo, na administração de dados para a área de exploração de produção da companhia. O executivo não foi encontrado nesta segunda-feira, 7, no escritório, nem retornou pedido de entrevista.
Reportagem do "Estado" revelou que Yousseff teria intermediado doações em 2010 para políticos do PP e PMDB. A Jaraguá declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) naquele ano doação de R$ 100 mil. O valor coincide com o citado nos e-mails de Silva com o doleiro sobre suposta doação de campanha para Pedro Henry (PT-MT).
Além de Silva, também citado nas investigações Othon Zanoide de Moraes Filho, executivo da construtora Queiroz Galvão. Zanoide aparece nos e-mails trocando informações sobre dados para emissão de recibos. O executivo permanece na empresa como diretor-geral de desenvolvimento comercial. A construtora negou irregularidades.
"A Queiroz Galvão esclarece que as doações eventualmente feitas para campanhas políticas obedecem estritamente a legislação aplicável", disse, em nota..