Jornal Estado de Minas

Rede pressiona PSB para que partido tenha candidatura própria em Minas

Alessandra Mello
Integrantes da Rede vão registrar hoje a pré-candidatura de Apolo Heringer - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS - 12/3/14
Com a desistência do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, de disputar o governo do estado, cresce a pressão sobre o PSB para que o partido tenha candidato próprio nas eleições deste ano. Hoje integrantes da Rede – legenda da ex-ministra Marina Silva (PSB) que se uniu provisoriamente ao PSB em função da não obtenção do registro da sigla na Justiça Eleitoral – registram na sede do partido a pré-candidatura do ambientalista Apolo Heringer. Coincidência ou não, no mesmo dia Marina Silva concede entrevista, por telefone, a uma rádio da capital mineira, onde vai defender mais uma vez o nome de Apolo para o Palácio da Liberdade.

Semana passada, a ex-ministra postou nas redes sociais um texto de apoio ao ambientalista, mas a discussão acabou ficando em segundo plano por causa dos rumores de que Lacerda poderia deixar a prefeitura para sair candidato. Quem vai receber os integrantes da Rede na sede do partido é o vice-presidente do PSB no estado, ex-deputado federal Mário Assad, apoiador da candidatura própria. O atual presidente, deputado federal Júlio Delgado, defende uma aliança com o PSDB em torno da candidatura do ex-ministro Pimenta da Veiga. Junto com Lacerda os dois são os maiores opositores do lançamento do nome de Apolo. Na carta em que anunciou sua permanência no cargo, Lacerda defendeu os avanços, segundo ele, obtidos por Minas Gerais, agradeceu a Aécio e em nenhum momento citou o nome do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). Nos bastidores, alguns integrantes do PSB já defendem a destituição de Delgado do cargo de presidente da legenda, para facilitar os entendimentos em torno do nome de Apolo.

Bazileu Margarido, coordenador da Rede e um dos mais próximos assessores da ex-ministra, disse que a avaliação, feita em conjunto com a direção nacional do PSB, é de que o partido precisa ter candidato no estado, segundo maior colégio eleitoral, para garantir espaço de discussão e debate em torno da candidatura presidencial de Eduardo Campos, que terá Marina como candidata a vice.
Segundo ele, Minas Gerais vai “receber toda a atenção da chapa, não só por ser um dos maiores colégios eleitorais do país, mas por ser um estado importante sobre todos os pontos de vista”.

Para Apolo, o partido não pode apoiar a candidatura de Pimenta da Veiga porque, além de ter como principal adversário no primeiro turno o senador Aécio Neves (PSDB), PSB e Rede se uniram ano passado com um discurso favorável à quebra da polarização entre tucanos e petistas. “O partido tem que ter uma postura de independência e não permitir que interesses pessoais de alguns de seus filiados que têm ligação com o PSDB se sobreponham ao interesse nacional, ao projeto de Campos e Marina”. Ele garante que a maioria dos filiados do PSB defendem um candidato próprio, porque ajuda a alavancar a bancada de deputados e fortalece a legenda para disputas futuras.

Ligado a Lacerda, o presidente do PSB de Belo Horizonte, João Marcos Lobo, disse que a discussão sobre a candidatura de Apolo ainda não começou, pois o partido contava com o lançamento do prefeito da capital. Segundo ele, no momento certo vai tratar desse assunto, para que a legenda chegue unida na disputa deste ano. .