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Estado de Minas

Lula nega candidatura e diz que apoia Dilma Rousseff

Em entrevista nesta terça-feira, o petista falou ainda sobre o delicado papel de um ex-presidente na democracia


postado em 08/04/2014 11:42

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 8, em entrevista a blogueiros, que não será candidato à Presidência da República em outubro e chamou de "boataria" as notícias sobre sua volta. Lula disse que, se pudesse, registraria sua promessa em cartório.

"Não sou candidato, minha candidata é a Dilma Rousseff. Se vocês (blogueiros) puderem contribuir para acabar com essa boataria, vocês estarão contribuindo com a democracia no Brasil", afirmou o ex-presidente. Lula elogiou ainda sua sucessora e disse que ela é "a melhor pessoa para ganhar essas eleições". "Dilma tem a competência e a capacidade que o Brasil precisa pra fazer o País avançar", afirmou Lula.

O petista falou ainda sobre o delicado papel de um ex-presidente na democracia e afirmou que evita falar com a imprensa por não querer interferir na gestão de Dilma. Ele negou, no entanto, qualquer divergência com a atual presidente. "Eu já disse que se por acaso tivesse divergência entre a Dilma e eu, ela estaria certa e a divergência acabaria", disse Lula.

Lula comentou a atual situação da economia brasileira, ressaltou a adversidade do cenário internacional e exaltou os números do País. "Que país tem a dívida pública de 57% do PIB (Produto Interno Bruto)?", questionou, comparando os números com o de nações como Itália e Estados Unidos.

Lula admitiu que a economia está "aquém do esperado", mas disse que o mundo vive uma das maiores crises da história. "A economia brasileira está aquém do que eu queria que estivesse, do que a Dilma queria que estivesse, do que vocês queriam... Mas vamos avaliar: quem está melhor que o Brasil?", questionou.

CPI da Petrobras

O ex-presidente afirmou ainda que "o governo tem que ir para a ofensiva e debater a questão da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras com força". Lula disse que os números divulgados pela imprensa não "batem" com os que o governo tem. "Não podemos admitir que, por omissão, nossa mentiras prevaleçam", afirmou. Segundo ele, o governo precisa defender "com unhas e dentes" o que acredita ser verdadeiro. "Nesse aspecto o PT tem que ir pra cima".

Rebatendo o argumento de perda de valor de mercado da estatal, Lula disse que não se pode comparar a Petrobras de hoje com a de 2010, quando houve capitalização. "Se vale R$ 98 bilhões hoje, valia R$ 15 bilhões na época do FHC", afirmou. Lula disse ainda que a oposição não tem programa eleitoral e que, por isso, defende a ideia da CPI da Petrobras. O ex-presidente petista disse ser contrário à estratégia de criar outra CPI para investigar outros assuntos.

Comentando a maneira de lidar com a possível criação de uma CPI durante o governo, Lula citou o caso do mensalão. "O PT espero que tenha aprendido a lição do que significou a CPI do Mensalão. Essa CPI deixou marcas profundas nas entranhas do PT", disse. O ex-presidente também disse que nem o PT, o governo ou Petrobras devem temer investigações.

Lula destacou que as supostas irregularidades envolvendo a companhia já são investigadas pelo Ministério Público (MP), Tribunal de Contas da União (TCU), Agência Nacional do Petróleo (ANP), Casa Civil da Presidência da República, comissões do Senado e Polícia Federal (PF).

Lula concedeu entrevista a blogueiros na sede do Instituto Lula, em São Paulo. A equipe do Instituto fez questão de dizer que Lula foi o primeiro a dar uma entrevista a blogueiros.


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