São Paulo, 08 - O ex-presidente Lula defendeu nesta terça-feira, 8, o programa Mais Médicos, do governo federal, e disse que a iniciativa desmistificou a ideia de que o Brasil tem excesso de médicos. Para ele, o setor de saúde precisa de mais recursos. "Todo mundo acha que a saúde tem dinheiro de sobra, e não é assim. Saúde custa caro", afirmou em entrevista a blogueiros.
Lula também disse que o Mais Médicos "agrava o problema" da saúde pública no Brasil. "Na hora que a pessoa tem acesso ao primeiro médico, vai querer o especialista", disse Lula, dentro da lógica de que, a partir do momento em que o governo oferece os serviços básicos, a demanda dos cidadãos aumenta.
Segundo Lula, um dos problemas do setor é que nem todos os governadores cumprem a emenda constitucional número 29, que obriga os Estados a direcionar 12% do orçamento à saúde. "Alguns tentam maquiar, e isso vai aparecer na campanha (deste ano). Minha tese é de que não existe possibilidade de dar saudade de qualidade se não houver recurso", explicou.
"Tentamos criar novo imposto quando barraram CPMF", revelou, lembrando da vitória da oposição no Congresso ao derrubar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) durante o seu governo, em 2007. Lula afirmou que a saúde será um tema crucial da campanha eleitoral de 2014, assim como já o foi em anos anteriores. Ele disse que os três prováveis candidatos à Presidência da República terão que fazer uma boa proposta na área da saúde, referindo-se a Dilma Rousseff (PT), Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB).
"Quanto mais gente colocarmos no sistema, mais dinheiro a gente terá que disponibilizar para a saúde, porque não existe fórmula barata para resolver o problema da saúde", disse.