O governador Alberto Pinto Coelho (PP) vai colocar o pé na estrada e, em seus horários de folga, participar ativamente da campanha ao governo de Minas em apoio ao candidato Pimenta da Veiga (PSDB). “Como político e como presidente do PP em Minas, partido que integra a aliança, tenho de separar de forma distinta a responsabilidade de governar e a de participação efetiva na campanha política. Vou precisar me desdobrar”, afirmou ele ontem, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.
Encabeçada pelo tucano, a chapa majoritária de seu grupo político está formatada com a indicação de Dinis Pinheiro (PP), presidente da Assembleia Legislativa, para vice e do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) para concorrer ao Senado. Segundo o governador, a única hipótese de esse encaminhamento não se concretizar ocorrerá se o PMDB, que ainda discute o seu posicionamento político nestas eleições, optar pela aliança com o PSDB. “Vejo como tendência no PMDB a candidatura própria. Mas ainda assim temos a expectativa de que o partido venha a integrar o nosso amplo arco de aliança. Só nessa hipótese se abriria a discussão de nova composição da chapa majoritária”, avaliou o governador.
Apontando para o que chama de “lógica eleitoral” do acordo firmado entre as candidaturas nacionais do senador Aécio Neves (PSDB) e do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) ao Palácio do Planalto, o PSB de Minas deverá acompanhar a candidatura tucana no estado, afirma Alberto Pinto Coelho. “A minha visão é de que o PSB, a exemplo do PSDB em Pernambuco, caminhará em Minas para apoiar candidatura de Pimenta da Veiga. Como todo partido, é natural que deseje ter candidato. Mas vejo que prevalecerá esse entendimento, pois há interesse de fortalecimento das candidaturas de Aécio e de Eduardo Campos em seus estados de origem”, disse o governador.
Apesar de o PP, legenda que Alberto Pinto Coelho preside em Minas, ter sido fortalecido na reforma ministerial promovida por Dilma Rousseff (PT), mantendo o Ministério das Cidades – que comanda desde 2006 – e conquistando cargos importantes de segundo escalão, o novo governador avisa que continua a trabalhar para que a legenda não formalize apoio à reeleição de Dilma, mas, ao contrário, integre a aliança de sustentação à candidatura de Aécio Neves. “Dentro de nosso presidencialismo de coalizão, o compromisso do PP é de ser base no Congresso, garantir a governabilidade. Não há um alinhamento eleitoral automático. Em Minas, o PP é nuclear ao projeto do PSDB, no Paraná e em Goiás, o PP é parte integrante de governos tucanos. No Rio Grande do Sul, a senadora Ana Amélia (PP) é oposição ao governo estadual do PT e será candidata. Vamos trabalhar com essas realidades e, a partir delas, buscar a convergência no partido para apoiar a candidatura de Aécio Neves”, disse.
Secretariado
Com um viés mais técnico, mas com indicação de partidos políticos da base de sustentação, o novo secretariado anunciado por Alberto Pinto Coelho no sábado passado deverá seguir pelos próximos nove meses. “Formamos uma nova equipe e pretendemos que permaneça até o final”, disse ele. Como ações que dará prioridade este ano, Alberto Pinto Coelho anunciou a disposição de concluir o processo licitatório para o Rodoanel Norte, um investimento de R$ 4 bilhões, por meio de parceria público privada, para a construção da via que irá ligar a BR-040 até Confins. “O edital de licitação será publicado em maio.” Além disso, Alberto Pinto Coelho informa que pretende avançar no debate em torno das soluções modais para a mobilidade entre Belo Horizonte e o Aeorporto de Confins. Ainda não se sabe se o modelo será do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) ou monotrilho. “Vamos definir o traçado – se passará pela Antônio Carlos ou pela Catalão –, fazer a consulta pública e, a partir dela, publicar o edital de licitação”, disse.