Principal liderança do PSB em Minas Gerais, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, disse desconhecer o lançamento da pré-candidatura do ambientalista Apolo Heringer Lisboa ao Palácio da Liberdade pela sua legenda. Segundo ele, a posição conhecida do partido é de apoio ao ex-ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, que concorre pelo PSDB ao governo. “O PSB estadual, em função de uma negociação do senador Aécio Neves com o nosso presidente, Eduardo Campos, definiu um apoio ao PSDB aqui, em nível estadual, em função de uma grande negociação dos dois candidatos a presidente”, disse.
Sobre apoiar Apolo, o prefeito preferiu não comentar. De acordo com ele, isso é um assunto para ser decidido no plano nacional, entre Campos e a ex-senadora Marina Silva, sua possível vice. O nome do ambientalista foi chancelado pela própria Marina, que enviou carta defendendo a candidatura própria em Minas Gerais. Questionado sobre o documento, Lacerda disse que o acordo com os tucanos foi anunciado pelo presidente estadual Júlio Delgado (PSB) e que sobre outra posição precisaria se atualizar.
Embora tenha cogitado disputar o Palácio da Liberdade, Lacerda disse que nunca quis concorrer. A desistência foi decidida na quinta-feira, depois que ele se encontrou com o senador Aécio Neves. “Sempre foi de fato esta a minha intenção. Como houve muita demanda de muitos setores para que eu colocasse minha candidatura, ouvi, conversei, mas não parei um minuto sequer de trabalhar”, afirmou.
No encontro com Aécio, Lacerda disse ter comunicado ao tucano que não era candidato e nem reivindicava participação na chapa do PSDB. “Tornei isso muito claro, aliás, em todas as conversas que tive com partidos parceiros, inclusive do PSDB. O que havia era uma preocupação, e levei isso ao senador, em relação à posição do nosso partido, que precisava de mais discussões internas para tomar uma posição definitiva”, afirmou. Segundo o prefeito, Aécio não pediu para ele concorrer, nem o contrário. Lacerda também negou que tenha mandado recado aos tucanos de que queria ser o candidato do senador. “Nunca autorizei ninguém a falar no meu nome sobre substituir candidato a ou b. Nunca estive envolvido nesse tipo de ação”, garantiu.
O prefeito não adiantou em qual palanque estará na campanha. Aliado e apadrinhado político de Aécio Neves, que foi responsável, em grande parte, por sua eleição à prefeitura, ele vive um dilema, já que o presidente do seu partido, Eduardo Campos, também concorre à presidência. Segundo o prefeito, as posições partidárias serão conhecidas até 30 de junho, quando termina o prazo para as convenções.