Brasília, 09 - A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) anunciou nesta quarta-feira, 9, que vai se valer da mesma arma de oposicionistas e pedir ao Supremo Tribunal Federal que conceda uma liminar para suspender a instalação da CPI da Petrobras proposta pela oposição. “Apresentaremos um mandado e segurança com base nos mesmos argumentos (dos oposicionistas) para que se conceda uma liminar para suspender a sessão por não atendimento de requisito constitucional”, disse a ex-ministra da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff, na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que discute a abrangência da comissão de inquérito.
O Palácio do Planalto tem dado uma orientação clara a aliados: impedir a qualquer custo o início de qualquer investigação no Congresso Nacional. Para tentar garantir a investigação exclusiva sobre a estatal, aliados de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) entraram ontem com um mandado de segurança com pedido de liminar no STF. Em resposta, a senadora disse que vai usar do mesmo caminho para impedir a CPI.
A afirmação de Gleisi deu início a um bate boca com o líder do PSDB na Casa, senador Aloysio Nunes (SP), que disse à senadora que ela “está no mundo da lua”. “A senhora não quer CPI e ponto final”, disse o tucano em reação à afirmação da petista de que “falta coerência à oposição”. Gleise rebateu dizendo que os tucanos têm que explicar os motivos pelos quais não permitiam a criação de CPIs durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Gleisi tem tomado a frente na defesa dos interesses do governo. Semana passada, após a oposição protocolar o requerimento que pede a instalação de uma CPI exclusiva da Petrobras, a senadora colocou uma questão de ordem, alegando que os objetos propostos são desconexos e, portanto, a comissão seria inconstitucional. São quatro os objetos propostos nessa CPI, todos referentes à estatal.
No mesmo dia, os governistas propuseram uma CPI “combo”, para investigar Petrobras e também irregularidades no metrô de São Paulo e do Distrito Federal, além do porto de Suape. Sem querer arcar com o ônus de barrar a CPI, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mandou a decisão final para a CCJ que discute nesse momento o futuro da CPI.