Denise Rothenburg e Júlia Schiaffarino
Brasília e Recife – A presidente Dilma Rousseff, em Pernambuco. O ex-governador do estado Eduardo Campos, em Brasília. A troca de cenários para esta tarde entre dois pré-candidatos à eleição presidencial não se trata de mera coincidência. A ideia da presidente Dilma com essa viagem – justamente no dia em que Marina Silva se apresentará oficialmente como vice na chapa do PSB – é dar a entender ao eleitor pernambucano que, enquanto ela trabalha pela população, Eduardo e Marina apenas fazem política na cidade-sede dessa atividade, a capital da República.
Na sala de conferências do Hotel Nacional, estarão reunidos pelo menos mil militantes do PSB e da Rede. A ideia de fazer nos arredores de Brasília foi abortada exatamente para evitar acusações de afronta à lei eleitoral, que impede a realização de atos de campanha antes das convenções partidárias de escolha dos candidatos, que só podem ser feitas a partir de 10 de junho. A abertura será às 14h, com uma apresentação do pianista Arthur Moreira Lima.
Marina chegou a Brasília no sábado, enquanto Eduardo só desembarcou ontem. Para a reunião de hoje, Marina falará primeiro que o candidato. Dirá que aceita compor a chapa presidencial com o ex-governador. Aliás, se dependesse exclusivamente de Marina, ela teria dito isso em outubro, quando anunciou que escolhera o PSB para abrigar a Rede até que a Justiça Eleitoral autorizasse a criação da legenda.
Nesta segunda, na largada da pré-campanha, Eduardo e Marina se prepararam para um discurso enaltecendo a luta da ex-ministra do Meio Ambiente, com um breve histórico da aproximação dos dois. Não faltarão, entretanto, críticas à presidente Dilma Rousseff e referências ao escândalo envolvendo a Petrobras.
Dragão
Enquanto isso, em Pernambuco, Dilma faz sua primeira agenda estadual sem a presença do antigo aliado, Eduardo Campos. Quem fará as honras da casa será o governador João Lyra Neto, do PSB. Em meio a esse cabo de guerra entre a presidente e Eduardo, Lyra decidiu ficar no estado para receber a presidente. Desde que assumiu o cargo, em 4 de abril, Lyra evita confrontos diretos com a petista, chegando, inclusive, a citar ações dela como importantes para a economia de Pernambuco