Ao realizar forte defesa da Petrobras, durante cerimônia no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE), Dilma disse que a história da estatal tem sido cercada de desafios, "de confusões e até mesmo de armadilhas".
Ela afirmou que "no início diziam" que o País não tinha petróleo e depois, "ironicamente", segundo a presidente, pelo Brasil ter petróleo demais, defendeu-se a privatização da empresa. "De forma muito sorrateira prepararam todo um processo que, se não interrompido, acabaria por conduzi-la fatalmente a mãos privadas. De tão requintado esse processo, chegou a fazer parte até a troca do nome, que seria Petrobrax, sonegando a sílaba que é a nossa identidade e a nossa nacionalidade: bras, de Brasil."
As tentativas de sucateamento, disse Dilma, deixaram marcas profundas na empresa e na cadeia de petróleo. "Por anos seguidos, o favorecimento à importação de navios e plataformas, a falta de planejamento e a ausência de uma política de conteúdo nacional trouxeram sérios problemas para os fornecedores nacionais. A redução dos investimentos em geral, em especial em tecnologia, a baixa valorização e renovação do capital humano corroeram essa grande empresa, mas ela teve força para resistir", emendou.
O pronunciamento da presidente em defesa da estatal teve início após Dilma dirigir algumas palavras sobre a indústria naval. O evento desta segunda-feira foi o primeiro em que Dilma apareceu em público ao lado da presidente da Petrobras, Graça Foster, desde o início da onda de denúncias envolvendo a estatal, e também o discurso mais enfático da presidente sobre a questão.
Graça, que discursou brevemente antes da presidente, disse que acredita "mil vezes" na Petrobras e pediu aos trabalhadores: "Nesse momento, eu preciso muito da energia de todos vocês". Nesta terça-feira, 15, Graça irá para Brasília depor na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado sobre os casos Pasadena e SBM..