Costa é investigado pela PF por suspeita de intermediar negócios e cobrar pedágios que seriam usados posteriormente para financiamento de campanha política. O ex-diretor da estatal chegou a assinar um pré-contrato de "intermediação de negócios" com a Astromarítima. O documento mostra que o executivo cobraria 5% de comissão, chamados de "honorários de êxito", caso o acordo fosse adiante.
Caso o J&F pagasse mais dos que os R$ 110 milhões que a empresa calculou valer, Costa receberia 50% de comissão sobre o excedente. O pré-acordo foi assinado em 13 de novembro de 2012, sete meses depois de Costa ser demitido da Petrobras. Alcir Bourbon, um dos sócios da Astromarítima, entregou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o documento, que previa a compra das ações da Astromarítima, e não contratos com a petroleira.
"Era uma proposta de investimento, não tinha nada a ver com a Petrobras e sequer foi adiante", disse. "Há 30 anos prestamos serviço para a Petrobras e todos os nossos contratos foram fruto de licitação.
O J&F é um grupo que investe em negócios diversificados, como infraestrutura, energia eólica, linha de transmissão, celulose e setor bancário. Hoje, não tem investimentos no setor de óleo e gás. O contrato tinha validade de um ano e estabelecia as condições para que a Costa Global promovesse "a aproximação/ intermediação da companhia J&F", que tinha "interesse em aportar recursos na companhia" ou "adquirir participação societária". "As partes estabelecem que a referida remuneração será devida a Costa Global caso a companhia investida venha a concretizar negócios com o investidor indicado". (Colaborou Fausto Macedo).