Licenciado da Câmara dos Deputados desde a semana passada por um período de 60 dias, Vargas é alvo de processo no Conselho de Ética da Casa por suas ligações com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal em 17 de março durante a Operação Lava Jato – que dissolveu um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo a PF, movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
As relações do petista com Youssef também são apuradas por uma comissão do PT, que ouviu o deputado na sexta-feira e apresentou ontem a Rui Falcão um relato oral de sua defesa. Esse grupo, formado por três dirigentes do partido, apresenta hoje um relatório por escrito das alegações de Vargas. Com a renúncia, o petista deverá ficar inelegível até fevereiro de 2023, com base na Lei da Ficha Limpa. A regra torna inelegível por oito anos após o fim da legislatura o parlamentar que renunciar depois de protocolada representação que pode levar à cassação do mandato – o Conselho de Ética da Câmara abriu processo para investigar o parlamentar.
A aliados, o petista questiona a legitimidade do julgamento político e se diz “já condenado” nesse processo. Vargas era vice-presidente da Câmara e, na semana passada, anunciou que se licenciaria da função para “preservar a Casa”. Em discurso na tribuna do plenário da Câmara, no dia 2, o deputado admitiu que viajou de maneira “imprudente” em um jatinho fretado pelo doleiro, mas negou ilegalidade na relação com Alberto Youssef.