Os trabalhos na Câmara Municipal seguem lentos três meses após a volta do recesso parlamentar. As 10 reuniões no plenário previstas para abril já foram realizadas e terminaram sem votação. Até o momento, os parlamentares mantêm um saldo de três propostas e 35 vetos do Executivo apreciados. Ontem, a última sessão foi encerrada por falta de quórum, adiando a análise de 19 projetos para maio. O encontro teve início com 33 vereadores e, durante o pinga fogo, chegou a registrar 40 presentes. No entanto, após os discursos na tribuna, o vereador Gilson Reis (PCdoB) pediu verificação de quórum, e apenas 14 se apresentaram. O presidente em exercício, Wellington Magalhães (PTN), encerrou a sessão devido ao número insuficiente de parlamentares.
Estão na fila de espera para votação 18 projetos de lei e um projeto de resolução. Entre eles, a proposta do vereador Adriano Ventura (PT), que prevê a criação de um programa de transparência pública de bairros e regionais como mecanismo de acompanhamento das receitas e despesas públicas e da prestação de contas. Um projeto de autoria de Jorge Santos (PRB) institui a participação dos pais ou responsáveis por alunos na elaboração da pauta escolar da rede municipal. Outro texto, de Juliano Lopes (SDD), proíbe a entrada de cães sem coleira e focinheira nos parques municipais da capital.
Uma das explicações para demora na apreciação dos projetos é o investimento dos vereadores nas eleições de outubro. Segundo o vice-presidente do Legislativo, Wellington Magalhães, muitos já estão viajando em pré-campanha, pois 17 dos 41 vereadores devem concorrer ao pleito. No entanto, ontem, 40 chegaram a comparecer ao plenário e foram embora durante os discursos na tribuna, em que foram priorizadas questões referentes à segurança e ao transporte público.
Exaltado, o vereador Joel Moreira Filho (PTC) chegou a gritar ao conclamar “os homens públicos” para um resolução. Ele se desentendeu com Arnaldo Godoy (PT) que negou a eficácia de forças repressoras, como a polícia, e apoiou a legalização das drogas. Já Pedro Patrus (PT) e Gilson Reis (PCdoB) mais uma vez pediram a instalação de uma CPI que investigue a auditoria do transporte público apresentada pela BHTrans. A oposição quer que a prefeitura explique contradições no documento.