O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou, nesta quarta-feira, 16, que não enganou a presidente Dilma Rousseff, então presidente do Conselho de Administração da estatal, na compra de parte da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). "De forma nenhuma", respondeu ele ao deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Segundo o ex-diretor, todo o processo de compra foi desenvolvido ao longo de um ano. "Não houve nenhuma intenção de enganar ninguém. Quer dizer, não há nenhum sentido de se enganar ninguém", afirmou.
Cerveró fez questão de deixar "bem claro" de que tal posição em favor da compra da refinaria não era individual, mas da diretoria. "Não existem decisões individuais", afirmou, ao destacar que a diretoria que ele compunha, a da área internacional, e a do conselho de administração estavam de acordo com a operação.
O ex-diretor considera que as cláusulas Put Option (de saída) e Marlim (de rentabilidade do sócio) não têm, na avaliação feita, "essa representatividade no negócio". "Não é importante do ponto de vista negocial, do ponto de vista da valorização do negócio, nem uma cláusula nem outra", destacou.
Cerveró, contudo, ainda não disse se omitiu tais cláusulas do resumo executivo que embasou a compra da refinaria de Pasadena. Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, Dilma admitiu não ter tido acesso às cláusulas antes de a estatal efetuar a compra de metade da refinaria. Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras à época da operação. A presidente disse que não aprovaria a operação se soubesse de todas as informações.
Pouco antes, o ex-diretor afirmou que a operação foi um "bom negócio", contradizendo o que disse, n terça-feira, 15, a atual presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.