Um café da manhã com a presença de presidentes de 18 partidos da base aliada serviu para o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB) reafirmar nessa quarta-feira sua candidatura a governador de Minas Gerais nas eleições de outubro. Nos últimos dias, circularam boatos de que o tucano desistiria da disputa eleitoral, motivado especialmente pelo seu recente indiciamento pela Polícia Federal, sob a acusação de ter recebido, em 2003, R$ 300 mil de agências de publicidade do empresário Marcos Valério – dinheiro que ele justifica ter recebido como pagamento pela prestação de serviço de seu escritório de advocacia.
No encontro, o tucano teria reafirmado sua inocência e disposição para enfrentar as urnas. Chegou a ser cogitada pelos participantes do encontro a divulgação de um manifesto com a assinatura dos políticos em repúdio aos boatos e declaração de apoio incondicional ao tucano, mas a ideia foi deixada de lado. Até porque o próprio Pimenta da Veiga quer evitar bate-boca com a oposição e ainda mais exposição para o assunto.
“O Pimenta é um político curado e consolidado, que pensou muito para ser candidato. Sabemos que a campanha vai ser de muitos ataques pelo candidato adversário (Fernando Pimentel, do PT), apoiado por um governo federal em queda livre nas pesquisas e envolvido em escândalos”, afirmou um presidente de partido que preferiu não ser identificado. Ele se referia à crise envolvendo a Petrobras e a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos.
Presente no encontro, o presidente do PTB e deputado estadual Dilzon Melo avalia que os boatos foram disseminados por adversários que estariam “desesperados”.
Demandas
O encontro entre os aliados foi no Palácio das Mangabeiras, a convite do próprio governador, e seria para reforçar o apoio a Pimenta. A primeira estratégia traçada na reunião é que cada legenda vai organizar conversas com seus militantes e marcar encontros regionais com Pimenta da Veiga – um forma de ele se tornar mais conhecido, ouvir as demandas locais e discutir as propostas de governo.
Novas rodadas de reuniões ainda serão marcadas ao longo dos próximos três meses. A meta é aproveitar o período pré-eleitoral, em que o candidato terá uma agenda mais tranquila. Com o início da campanha – que ocorre na primeira semana de julho –, caberá aos militantes disseminar a candidatura do tucano pelo interior do estado. .