Jornal Estado de Minas

Aliados reafirmam nome de Pimenta como candidato ao governo de Minas Gerais

Recente indiciamento do tucano pela Polícia Federa levantou boatos de que ele poderia desistir da candidatura

Isabella Souto

Na reunião, ficou decidido que cada partido vai organizar conversas dos militantes com Pimenta - Foto: Reprodução da Internet


Um café da manhã com a presença de presidentes de 18 partidos da base aliada serviu para o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga   (PSDB) reafirmar nessa quarta-feira sua candidatura a governador de Minas Gerais nas eleições de outubro. Nos últimos dias, circularam boatos de que o tucano desistiria da disputa eleitoral, motivado especialmente pelo seu recente indiciamento pela Polícia Federal, sob a acusação de ter recebido, em 2003, R$ 300 mil de agências de publicidade do empresário Marcos Valério – dinheiro que ele justifica ter recebido como pagamento pela prestação de serviço de seu escritório de advocacia. 

No encontro, o tucano teria reafirmado sua inocência e disposição para enfrentar as urnas. Chegou a ser cogitada pelos participantes do encontro a divulgação de um manifesto com a assinatura dos políticos em repúdio aos boatos e declaração de apoio incondicional ao tucano, mas a ideia foi deixada de lado. Até porque o próprio Pimenta da Veiga quer evitar bate-boca com a oposição e ainda mais exposição para o assunto.

“O Pimenta é um político curado e consolidado, que pensou muito para ser candidato. Sabemos que a campanha vai ser de muitos ataques pelo candidato adversário (Fernando Pimentel, do PT), apoiado por um governo federal em queda livre nas pesquisas e envolvido em escândalos”, afirmou um presidente de partido que preferiu não ser identificado. Ele se referia à crise envolvendo a Petrobras e a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos.

Presente no encontro, o presidente do PTB e deputado estadual Dilzon Melo avalia que os boatos foram disseminados por adversários que estariam “desesperados”.
“Não vamos dar respostas para alimentar ainda mais fofoca. Simplesmente estaremos juntos”, afirmou. Ainda de acordo com o parlamentar, em nenhum momento os partidos aliados falaram na possibilidade da troca do candidato a governador. Desde o início dos comentários sobre a desistência de Pimenta, foram cogitadas as candidaturas do presidente do PSDB, Marcus Pestana – que abriu mão da disputa para Pimenta –, e do governador Alberto Pinto Coelho (PP), que poderia tentar a reeleição.

Demandas

O encontro entre os aliados foi no Palácio das Mangabeiras, a convite do próprio governador, e seria para reforçar o apoio a Pimenta. A primeira estratégia traçada na reunião é que cada legenda vai organizar conversas com seus militantes e marcar encontros regionais com Pimenta da Veiga – um forma de ele se tornar mais conhecido, ouvir as demandas locais e discutir as propostas de governo.

Novas rodadas de reuniões ainda serão marcadas ao longo dos próximos três meses. A meta é aproveitar o período pré-eleitoral, em que o candidato terá uma agenda mais tranquila. Com o início da campanha – que ocorre na primeira semana de julho –, caberá aos militantes disseminar a candidatura do tucano pelo interior do estado.

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