O senador e presidenciável Aécio Neves usou ontem os 10 minutos de propaganda eleitoral do PSDB para reafirmar as fortes críticas que vem fazendo ao governo da presidente Dilma Rousseff, o qual classificou de “desgoverno”. A falta de infraestrutura, a inflação, a demora na conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco e da Transnordestina e as manifestações populares de junho estiveram na pauta do programa, que intercalou os ataques ao Palácio do Planalto com um histórico da carreira política do senador. Aécio voltou a convocar a população a conversar e, para isso, disse que está viajando por todo o país a fim de conhecer a realidade dos brasileiros.
“O Brasil tem jeito, o problema é o governo que está aí. E quando o governo vira problema, saúde, educação, e segurança pública também se transformam em problemas”, afirmou Aécio. “O brasileiro não aceita mais passivamente o governo que não conversa”, disse no vídeo, em referência às manifestações populares ocorridas em junho para cobrar mais “saúde, educação, mobilidade urbana e até segurança pública”. Para Aécio, o governo vê os críticos da atual administração como opositores do Brasil, e os bajuladores, como patriotas. “Temos que parar com essa divisão entre nós e eles”, afirmou.
Conversa
A propaganda do tucano foi aberta por um apresentador, que convocou os eleitores a participar de uma mudança. “Política é igual televisão sem controle remoto, que se você não levantar, vai continuar assistindo ao que não quer”, disse, para em seguida convocar o presidente do partido: “Vamos conversar Aécio?” O presidenciável se apresentou ao telespectador dizendo acreditar na “capacidade transformadora da política feita com seriedade e planejamento”.
O tucano lembrou que foi em sua gestão na Câmara que teve fim a imunidade parlamentar, que impedia que os parlamentares acusados de crimes comuns fossem punidos. “Era uma vergonha, como essas denúncias vergonhosas de hoje”, afirmou. Aécio relembrou também um telefonema dado ao então presidente Fernando Henrique Cardoso. “Quando liguei, ele me perguntou o que eu queria. Eu disse que queria devolver cerca de R$ 100 milhões do orçamento da Câmara que foram economizados em minha gestão. Dinheiro que pôde ser aplicado em outros setores”, contou, para, em seguida, apresentar a cartilha em que estudou: “Gestão, com planejamento e eficiência, é econômica”.
Inflação
Segundo o presidenciável tucano, ele tem conversado com diversos jovens que vivem nas periferias das cidades brasileiras que estão “indignados e assombrados com o desprezo do atual governo com o dinheiro público. E foi mais longe. Afirmou que a inflação dos alimentos no país retornou e está acima de 10%, mas o governo se recusa a ver. “Há mais de um ano venho alertando para que tomem cuidado porque a inflação está retornando. O governo não tomou as medidas necessárias e, agora, corremos o risco de perder muitas das conquistas dos últimos anos”. Ele terminou dizendo que acredita que “muito em breve teremos um quadro novo no Brasil, onde a ética e a eficiência caminham juntos”.