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Estado de Minas

Vargas no banco de réus do PT

Após ouvir deputado sobre relação com doleiro, petistas defendem ação contra ele no conselho de ética do partido


postado em 18/04/2014 00:12 / atualizado em 18/04/2014 07:51

(foto: Renato S Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo )
(foto: Renato S Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo )

São Paulo e Brasília –
O grupo composto por três integrantes do PT que ouviu as alegações do deputado licenciado André Vargas (PT-PR) na última sexta-feira recomendou à Executiva do partido o envio do caso ao conselho de ética da legenda. A recomendação foi feita em breve relatório que narra as explicações de Vargas sobre seu envolvimento com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na Operação Lava a Jato, que combate a lavagem de dinheiro. Na terça-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, enviará o relatório com a sugestão dos três integrantes – Alberto Cantalice, Florisvaldo de Souza e Carlos Henrique Árabe – aos demais membros da Executiva, que decidirá sobre o encaminhamento à comissão de ética. Também na terça, Falcão deverá decidir a data do próximo encontro do colegiado.

O PT pressiona Vargas a renunciar ao mandado. O próprio Falcão e o líder do partido na Câmara, deputado Vicentinho (PT-SP), têm defendido publicamente que o deputado paranaense abra mão do mandato para estancar a sangria pública a que o partido tem sido submetido. Dirigentes do partido chegaram a sinalizar que, caso renuncie, Vargas evitará o processo contra ele na comissão de ética do partido. Se ele ficar sem mandato, o caso não caberia mais à Executiva Nacional, e poderia ser extinto ou enviado a Londrina (PR), onde Vargas é filiado e onde controla parte do partido.

O deputado chegou a anunciar, no início da semana, que renunciaria ao mandato, mas recuou depois de ser informado de que a renúncia não interromperia o trâmite do processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pode culminar com sua cassação. Na quarta-feira, ele formalizou apenas o pedido de renúncia ao cargo de 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, que já havia anunciado em 9 de abril. A vaga continua pertencendo ao PT, que deve escolher o substituto.

Demissão na Previdência José Wilde de Oliveira Cabral, um dos assessores especiais do ministro da Previdência Social Garibaldi Alves, pediu demissão do cargo ontem, um dia depois da revelação de que ele recebeu R$ 20 mil da MO Consultoria Comercial e Laudos Estatísticos. Pelas investigações da Polícia Federal na Operação Lava a Jato, a MO era usada pelo doleiro Alberto Youssef para movimentar dinheiro de empreiteiras que têm contratos com o poder público. Quando recebeu o dinheiro, Wilde assessorava Garibaldi no Senado. Ele alega que recebeu o dinheiro em pagamento por serviços de relações públicas prestados a uma empresa de São Paulo, cujo nome não revelou.


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