Apesar de dizer que seu partido “deixará de ser pequeno para virar médio” na eleição deste ano, quando projeta saltar de 2 para 12 deputados federais, o dirigente defenderá que as novas regras sejam válidas apenas para os novos partidos. “Não acredito que essa regra vai valer para esta eleição, mas na próxima é a Rede (Sustentabilidade) da Marina que será prejudicada”, pontua Fidelix.
É justamente aí que reside a preocupação dos “marineiros”. Para os aliados da ex-ministra do Meio Ambiente, que disputará a eleição como vice de Eduardo Campos pelo PSB, mas ainda mantém o projeto de criar um partido próprio, a minirreforma foi feita sob medida para prejudicar a Rede.
“Isso vai impactar profundamente o processo de criação do partido. Essa foi uma ação feita para nos prejudicar”, diz o ex-deputado Walter Feldman, um dos principais operadores políticos do grupo da ex-ministra Marina Silva.
Feldman revela que a Rede também pretende entrar com uma ADIN, mas com outra linha de argumentação. “Vamos pedir isonomia em relação a outros partidos criados recentemente, como o Solidariedade e o PSD. Eles foram beneficiados, mas nós recebemos um tratamento diferente”, diz.
Desestímulo
A avaliação dos aliados de Marina Silva é que essa mudança impediria a migração para a Rede de parlamentares eleitos por outras siglas. Com isso, os novos partidos teriam caráter apenas doutrinário e ficariam praticamente alijados das próximas disputas eleitorais.
Outro partido que pretende se insurgir contra a mudança é o PSOL. O argumento nesse caso é que a minirreforma foi feita para impedir os partidos de aluguel, mas vai acabar por prejudicar os chamados “partidos ideológicos”.
“Essa mudança revolta pelo casuísmo. Vamos tentar reverter isso e mobilizar outros partidos”, diz Luís Araújo, presidente nacional do PSOL. Assim como o PRTB e a Rede, ele diz que a legenda também recorrerá à Justiça. .