Pizzolato foi condenado no processo do mensalão no Brasil, mas fugiu para a Itália antes de ser detido. Em fevereiro, depois de cinco meses foragido, ele foi capturado em Maranello, após entrar no país europeu com documentos falsos de um irmão morto há mais de 30 anos. Por envolvimento com o mensalão, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a pena de 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.
Fontes da Interpol revelaram ao Estado que as conexões entre Pizzolato e Lavitola apareceram depois da prisão do brasileiro em fevereiro. O condenado no mensalão foi interrogado no fim do mês passado, quando ele já estava preso, aguardando o processo de extradição para o Brasil. Autoridades brasileiras foram informadas sobre o depoimento.
Mas a Justiça italiana indicou à reportagem que a apuração está "apenas começando" e que Pizzolato deve ser ouvido novamente nos próximos dias. Integrantes da Interpol não precisaram se Pizzolato foi ouvido como testemunha ou indiciado.
Acusação
Lavitola foi acusado pela Justiça italiana de ter facilitado uma série de esquemas financeiros comprometendo Berlusconi, que acaba de ser condenado a trabalhos sociais por causa dos processos nos tribunais.
Ex-editor do jornal Avanti, Valter Lavitola é acusado de ter pago US$ 24 milhões em propinas às autoridades do Panamá para que o governo centro-americano fechasse um acordo para a compra de radares e outros equipamentos militares da gigante industrial italiana Finmeccanica.
Lavitola também foi acusado de extorsão contra Berlusconi, supostamente exigindo 5 milhões por seu silêncio em relação às atividades do ex-primeiro-ministro italiano.
O suspeito também é apontado pela Justiça italiana como frequente hóspede da Vila Certosa, a casa de verão de Berlusconi onde festas polêmicas - conhecidas como "bunga-bunga" - eram organizadas.
O italiano era ainda sócio do empresário da cidade de Bari Giampaolo Tarantini, que admitiu perante os juízes ter contratado prostitutas de luxo para as festas de Berlusconi. Desde a quinta-feira passada, o Estado tenta contato com os advogados de Pizzolato na Itália, mas não houve resposta aos pedidos. A reportagem também não conseguiu nos últimos dias contato com advogados de Lavitola. .