O PSDB lançou nessa terça-feira a pré-candidatura do senador Aécio Neves à Presidência da República. A oficialização do nome do tucano como candidato deve ocorrer na convenção nacional do partido, em São Paulo, em 14 de junho. O mineiro, que já era tido como certo na disputa pelo Palácio do Planalto, foi anunciado em uma reunião da Executiva Nacional da legenda, em Brasília, onde também houve discussões sobre os estados em que o PSDB lançará candidatos próprios. Durante o evento, Aécio afirmou que ainda não há definição de quem concorrerá a vice-presidente, apesar dos rumores de a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) ser cotada para o posto. O senador se limitou a dizer que a escolha de uma mulher seria “mais agradável”, mas que não há “pressa” para uma decisão.
Os tucanos têm dois meses pela frente antes de uma definição da chapa. “Nós temos que ter é propostas para as mulheres. Se puder ser uma mulher, tudo bem, ficará até mais agradável o convívio, mas não coloco essa questão do gênero como central”, disse Aécio. “Temos muitos nomes muito qualificados. Vamos permitir que essa decisão seja natural, as decisões naturais trazem melhores resultados”, completou. O senador disse ainda que a opção por seu nome foi uma “construção coletiva em favor do Brasil”. “Não me faltarão determinação e coragem para apresentar uma agenda nova aos brasileiros, em que ética e coerência podem caminhar juntas. É um momento de unidade do PSDB, sacramentada por essa manifestação unânime dos meus companheiros de todo o país”, afirmou.
O anúncio da pré-candidatura foi feito depois que a Executiva Nacional do PSDB apresentou uma carta em apoio à candidatura de Aécio Neves. O documento foi assinado pelos 27 presidentes regionais do partido e representantes de segmentos da legenda, como a Juventude Nacional e o Tucanafro. O vice-presidente nacional do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), leu o manifesto, que declarou “confiança unânime” do senador mineiro. “Para que esse sonho de Brasil possa um dia ser realidade, nós, representantes de todas as direções estaduais do nosso partido, manifestamos, unanimemente, a nossa confiança na sua liderança e o nosso apoio ao seu nome e propomos que a Comissão Executiva Nacional o submeta à convenção nacional, como nosso candidato à Presidência da República”, dizia o texto.
O deputado federal e presidente do PSDB mineiro, Marcus Pestana, disse que a mobilização dos estados é uma reafirmação do apoio a Aécio. “O PSDB está absolutamente unido e entusiasmado com o projeto liderado pelo Aécio porque o ambiente nacional aponta para uma profunda mudança.” Segundo ele, o senador mineiro tem ideias que orientam o Brasil para modificações necessárias. “Temos um grande líder, com vivência e habilidade. É uma manifestação das unidades da federação”, afirmou.
Palanques estaduais
As convenções estaduais serão marcadas pelos próprios diretórios, dentro do tempo estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é de 10 a 30 de junho, prazo para escolha de candidatos a governador, senador e deputado. Alguns nomes, no entanto, já foram definidos pela legenda, que confirmou o ex-senador e ex-governador do Ceará Tasso Jereissati como concorrente a uma vaga no Senado. Jereissati afirmou que a decisão de entrar na corrida eleitoral é um ato de apoio ao projeto nacional do partido. “Não estou mais na busca por cargos nem tenho ambições individuais. Quero auxiliar o projeto encabeçado por Aécio Neves”, disse o ex-senador, que fará dobradinha com Roberto Pessoa (PR), candidato a governador do Ceará.
Aécio adiantou que é provável uma aliança com a senadora Ana Amélia (PP) na briga pelo governo do Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, a situação continua sem definição. Após as negociações com o treinador da Seleção Masculina de Vôlei, Bernardinho, não avançarem, o senador disse que deve retomar conversas com César Maia (DEM) para um palanque “positivo para o cenário nacional e que garanta manutenção ou ampliação das nossas bancadas na Assembleia”.
MEMÓRIA
Convenção em BH
Em junho de 2006, a convenção nacional do PSDB que indicou o nome do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para a disputa presidencial aconteceu em Belo Horizonte. Com a presença das principais lideranças tucanas na capital mineira, o encontro que selou a candidatura do paulista foi marcado por duras críticas à política econômica do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além da chapa para a disputa presidencial, os tucanos definiram que José Serra disputaria o governo de São Paulo e Aécio Neves a reeleição ao governo de Minas.